França não tem dúvidas: estado só deve apoiar a compra de elétricos produzidos na Europa
Ainda não é claro para todos os países, mas a França não tem dúvidas: os apoios à compra de carros devem ser assegurados, mas devem limitar-se aos elétricos produzidos na Europa.
Conforme vimos aqui, se a Europa continuar parada, as suas fabricantes serão ultrapassadas pelas chinesas, pois a intenção de ascensão delas tem sido clara.
De modo a evitá-lo, o Presidente francês Emmanuel Macron pretende aumentar a competitividade da indústria local. Como? Através da limitação dos apoios à compra de carros elétricos.
França quer limitar os apoios à compra de carros
Atualmente, restringir os apoios estatais aos carros elétricos em função do país de origem viola as regras da Organização Mundial do Comércio. Por isso, Emmanuel Macron propôs reservá-los aos carros que têm uma baixa pegada de carbono, ou seja, que foram fabricados, recorrendo, maioritariamente, a energia sustentável.
Emmanuel Macron, Presidente de França
Esta diretiva, que Macron evita qualificar de protecionista, deixaria de lado muitos dos modelos oriundos da China, uma vez que o cabaz energético do país ainda depende, largamente, do carvão.
Vamos apoiar as baterias e os veículos fabricados na Europa, porque a sua pegada de carbono é baixa; não vamos utilizar o dinheiro dos contribuintes franceses para impulsionar a indústria não europeia.
Atualmente, os veículos elétricos vendidos, em França, podem beneficiar de uma subvenção estatal de 5.000 euros, desde que o seu preço seja inferior a 47.000 euros e o seu peso seja inferior a 2,4 toneladas, excluindo, dessa forma, os automóveis de gama alta e de grandes dimensões.
Esta limitação dos apoios à compra de carros está inserida num projeto de lei da Indústria Verde, através do qual se pretende impulsionar a indústria nacional e gerar 20 mil milhões de euros de investimento. Segundo o Presidente francês, "este quadro de financiamento deverá ajudar-nos a competir com a Inflation Reduction Act dos americanos".
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