Vai de férias? Tudo o que precisa de saber para se proteger da febre tifóide - Fitness e bem-estar Lifesty

A febre tifóide é uma doença bacteriana causada pela Salmonella typhi e que só afecta os seres humanos. A ocorrência desta doença está diretamente associada a condições de higiene precárias e a um saneamento básico deficiente.

Qual o risco para os viajantes?

Os viajantes que se deslocam para áreas endémicas possuem um risco potencial de contrair esta doença.

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A febre tifóide possui uma distribuição mundial e constitui um importante problema de saúde pública em diversas regiões mundo. É uma doença pouco frequente em países industrializados. Os riscos de transmissão da doença são maiores em viagens que têm por destino o subcontinente indiano e outros países da Ásia, África, América Latina, Caraíbas e Oceania (com exceção da Austrália e Nova Zelândia). O risco para o viajante é tanto menor, quanto melhores forem os padrões sanitários do destino bem como as condições de alojamento e/ou a higiene alimentar do viajante.

Acredita-se que o número de casos de febre tifóide, a nível mundial, varie entre 16 e 22 milhões ao ano e o número de mortes por esta doença seja entre os 200 mil e os 600 mil.

Como ocorre a transmissão?

A febre tifóide possui transmissão fecal-oral. A transmissão da doença em viajantes ocorre habitualmente pelo consumo de água e alimentos contaminados e, ocasionalmente, pelo contato direto com as mãos de um doente ou portador.

As principais fontes de infeção são os crustáceos e moluscos mal cozinhados, fruta e vegetais contaminados e leite ou derivados não pasteurizados. As maiores epidemias da doença, relacionam-se com a contaminação dos sistemas de fornecimento de água.

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Sinais e sintomas

Trata-se de uma doença sistémica de gravidade variável.

O período de incubação pode variar entre os 3 e os 60 dias (em média 8 a 14 dias) e como tal a doença pode manifestar–se durante ou após o regresso de viagem. 

O quadro clínico inicial pode incluir febre, mal-estar, dor abdominal, falta de apetite, náuseas, vómitos e prisão de ventre.  Em mais de 50% dos casos, aparecem no tronco do doente manchas rosadas (roséolas tíficas). Atualmente, o quadro clínico completo é raramente observado, sendo mais frequente um quadro com febre, acompanhado por alguns dos sinais e sintomas citados. A diarreia não é habitualmente um sintoma inicial da doença e pode ocorrer mais tarde como resultado de complicações intestinais.

Sem tratamento, a doença pode progredir para formas mais graves e as complicações que podem ser fatais. O tratamento é feito com antibióticos.

Prevenção

A prevenção da doença inclui as precauções básicas relacionadas com:

- A ingestão de água e alimentos potencialmente contaminados;

- A higiene pessoal (em particular das mãos);

- A vacinação.

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A vacina para a febre tifoide não é obrigatória em viagens internacionais, mas pode ser recomendada a viajantes com idade superior a 2 anos de idade que se desloquem para áreas com risco elevado de transmissão da doença. Possuem habitualmente indicação para a vacinação:

Viajantes com estadias prolongadas (superiores a 1 mês) em áreas de risco e/ou a viverem em áreas endémicas

Viajantes com riscos acrescidos de contrair a doença, nomeadamente: viajantes potencialmente expostos a más condições de higiene ou viajantes que possuam características de saúde especiais (ex: idosos, imunodeprimidos, submetidos a cirurgia do estômago, entre outras situações)

Os viajantes vacinados também devem continuar a ter os cuidados básicos com o consumo de alimentos e água nos destinos de risco.

Em Portugal existem atualmente duas vacinas para a febre tifóide disponíveis para os viajantes internacionais: uma vacina apenas para a febre tifóide (disponível nos Centros de Vacinação Internacional) e uma vacina combinada para febre tifóide/hepatite A.

A Sociedade Portuguesa de Medicina das Viagens recomenda a vacina aos viajantes, com idade superior a dois anos, que se desloquem para áreas endémicas e cuja estadia se prolongue por mais de um mês ou cujo perfil de estadia, mesmo sendo inferior a um mês, possa conferir um risco acrescido de contrair a doença.

As explicações são da médica Gabriela Saldanha e não dispensam a Consulta do Viajante.

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