Fadista Fernando Maurício evocado em Lisboa no bairro onde nasceu - Música Mag

O fadista foi o criador de vários êxitos, entre eles "Fui Dizer Adeus aos Cais", "Diz-me Mãe" e "Boa Noite Solidão", tendo sido uma "figura incontornável" do meio fadista, disse à agência Lusa Luís de Castro, da Associação Portuguesa Amigos do Fado (APAF).

"Podendo ter sido senhor de uma extraordinária carreira, pelos seus dotes e aptidões interpretativas, até certo ponto descurou-a, pois não era vaidoso ou materialista", acrescentou Luís de Castro, seu amigo de infância.

“Foi uma opção do Fernando. Uma opção pela boémia e pela genuinidade fadista”, disse à Lusa a fadista Maria Amélia Proença, que várias vezes partilhou o palco com Maurício, apelidado em vida como “o rei sem coroa”, sendo considerado um dos expoentes deste género musical.

Hoje, às 21h00, na rua da Guia, no bairro lisboeta da Mouraria, realiza-se um "apontamento de fado", pela Escola de Fado do Mouraria, e é exibido o documentário "Fernando Maurício - O Rei sem Coroa" (2011), de Diogo Varela Silva, que realizou documentários sobre outros fadistas, como Celeste Rodrigues (1923-2018) e Beatriz da Conceição (1939-2015).

Na sexta-feira, às 18h00, no largo de São Miguel, é inaugurado o roteiro "Lisboa Mauriciana", um "percurso pontuado por fado", com Jaime Dias, Vítor Miranda e Fernando Jorge acompanhados à guitarra portuguesa por José Manuel Neto, e à viola por Ivan Cardoso.

No sábado, às 11h00, romagem ao Cemitério dos Prazeres, em Campo de Ourique, onde o corpo do fadista está sepultado, e às 18h00, na Casa-Museu Fernando Maurício, na rua João do Outeiro, realiza-se uma tertúlia sob o tema "Fernando Maurício - 20 anos de legado", com o musicólogo Rui Vieira Nery, Diogo Varela Silva e o músico Jorge Fernando.

No domingo, às 14h00, na rua da Guia, na Mouraria, realiza-se uma sessão de fados junto ao busto do fadista, inaugurado em 2014.

"O fado é o meu bairro" disse Fernando Maurício numa entrevista à Lusa.

Fernando Maurício começou a cantar aos 13 anos, depois de ter ficado classificado em 3.º lugar no concurso João Maria dos Anjos, do antigo Café Latino. Entre os prémios que recebeu contam-se os de Imprensa (1967), Prestígio e Carreira da Casa da Imprensa (1985 e 1986).

Em 2001, foi feito sócio de Mérito da APAF, e recebeu a Medalha da Cidade e a comenda de Bem-Fazer pela Presidência da República.

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