Dieta Mediterrânica: Apesar de boa para a saúde, o que nos afasta dela? - Peso e Nutriç&atil
A Dieta Mediterrânica é uma dieta reconhecida a nível mundial como um modelo de referência para a promoção da saúde e prevenção de doença.
É considerada como um padrão alimentar de excelência pela Organização Mundial de Saúde e como património cultural imaterial da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
O que promove a Dieta Mediterrânica?
Este padrão alimentar promove uma ingestão alimentar baseada na diversidade, nos produtos locais e da época. Incentiva a frugalidade e as confeções mais simples, como as sopas, os ensopados e as caldeiradas, o elevado consumo de produtos vegetais, tais como hortícolas, frutas, cereais integrais, leguminosas secas e frescas, frutos secos e oleaginosos, o azeite como principal fonte de gordura, o consumo moderado de lacticínios, a utilização de ervas aromáticas em detrimento do sal, o consumo frequente de peixe e baixo de carnes vermelhas, a ingestão moderada de vinho e a água como principal bebida ao longo do dia. Promove, também, o convívio à volta da mesa e a partilha de refeições com familiares e amigos.
Qual a adesão ao padrão alimentar mediterrânico em Portugal?
Num estudo publicado em 2023 no âmbito do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, que incluiu 1.000 indivíduos, concluiu-se que apenas 26% da amostra apresentava uma elevada adesão à Dieta Mediterrânica.
Dados do mesmo trabalho indicaram que 69% não consumia três ou mais porções por semana de leguminosas, 52% não ingeria duas ou mais porções por dia de hortícolas, 61% não consumia três ou mais porções por dia de fruta, nem três porções por semana de frutos oleaginosos.
Neste estudo, as principais barreiras descritas para a adesão à DM são:
- Hortícolas, sopas e leguminosas: não gostar do sabor, dificuldades em cozinhar e obter refeições saborosas;
- Leguminosas, frutos oleaginosos e pão: a ideia de que estes alimentos “engordam”;
- Azeite: o preço elevado;
- Pescado: preço elevado e dificuldades em cozinhar.
Além disso, tanto o conhecimento como a adesão a este padrão alimentar parecem estar restritos às populações com maior escolaridade e orçamento familiar.
Porquê promover a Dieta Mediterrânica?
A evidência científica tem demonstrado uma associação entre a elevada adesão ao padrão alimentar mediterrânico e a prevenção e gestão de doenças crónicas não transmissíveis, incluindo as doenças cardiovasculares e metabólicas, as doenças neurodegenerativas e alguns tipos de cancro.
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