Aldeias, cascatas, praias fluviais e baloiços. Cabe tudo isso neste roteiro pela Serra da Lousã - Roteiros
Qual a melhor época para visitar a Serra da Lousã?
A verdadeira resposta à questão é: todas! Como temos a sorte de viver perto da serra, já tivemos o prazer de a visitar em todas as estações do ano, e a verdade é que todas elas são únicas.
Na primavera a serra presenteia-nos com as cores das flores e as cascatas estão incríveis. No verão, apesar de não correr o risco de chuvadas, prepare-se para ver mais pessoas e, por estar muito calor, não conseguir fazer alguns trilhos. Em contrapartida, é a melhor estação do ano para relaxar nas praias fluviais.
Já no outono, a Serra da Lousã recebe-nos com as cores típicas da estação e a probabilidade de apanhar temperaturas mais baixas é maior. Ainda assim, é a altura ideal para observar os veados, uma vez que é a época de acasalamento. No inverno, confessamos que não é a altura que mais gostamos de ir. A chuva, o nevoeiro e o frio impedem-nos de explorar melhor a região.
Aldeias do Xisto
As aldeias do xisto são um dos pontos altos da Serra da Lousã. No total são 12 das 27 aldeias que integram a rede das Aldeias do Xisto de Portugal. São elas:
De aldeia em aldeia
Um dos objetivos do ano era conhecer todas as Aldeias do Xisto da Serra da Lousã. E conseguimos. Uma vez que moramos perto desta zona, nunca ficámos dias seguidos (exploramos em dias e alturas diferentes), mas saiba que é perfeitamente viável organizar um roteiro de dois ou três dias pela serra.
O 💥️Casal de São Simão é a que melhor conhecemos (vamos várias vezes ao ano) pois somos dessa zona. A aldeia de uma só rua, com várias casas recuperadas é o local ideal para respirar natureza. Há, inclusive, um trilho pedestre que o leva até às Fragas de São Simão, um dos sítios mais bonitos do mundo (mas somos suspeitos, não é?!). Pode ler tudo neste artigo.
Dada a proximidade, pode visitar o 💥️Talasnal, o 💥️Casal Novo e o 💥️Chiqueiro num só dia, e até fazer o percurso entre elas a pé.
O 💥️Talasnal é provavelmente a aldeia do xisto da Serra da Lousã mais conhecida. E tem razão de ser. Além de ser a maior é também uma das melhores preservadas, e claro, a mais turística. Percorra as ruelas estreitas da aldeia e atente aos pormenores deliciosos, como as cortinas coloridas rendadas. É aqui que se encontra o famoso restaurante Ti Lena.
O 💥️Casal Novo, comparado ao Talasnal, é mais pequeno, mas nem por isso menos bonito. Na aldeia irá encontrar menos pessoas, certamente, tornando-se ótimo para perder-se nas ruelas e ouvir o som da natureza.
Quando chegámos ao 💥️Chiqueiro nem queríamos acreditar o que os nossos olhos viam. Estava deserta, com lixo e algumas casas em ruína. Não cheirava bem no local, o que também não ajudou a ficarmos mais tempo. De todas as que conhecemos, foi a que mais nos dececionou.
Na mesma tarde visitámos as aldeias 💥️Cerdeira e 💥️Candal. Ficámos rendidos a ambas! Se tivéssemos de apelidar a 💥️Cerdeira, diríamos que é mágica. Ao longe, avistamos numa encosta as casas de xisto escondidas entre o verde da vegetação e ficámos logo com uma vontade enorme de a desbravar.
No início da rua, numa placa podemos ler “Cerdeira – Home for Creativity”. Aqui a arte e a criatividade fundem-se. Além do mais, a aldeia está muito bem preservada e há até vários artistas que ali procuram inspiração!
O 💥️Candal é também uma das aldeias mais visitadas, uma vez que está estrategicamente localizada junto à Estrada Nacional que liga Lousã a Castanheira de Pera.
À entrada da aldeia encontramos a Loja Aldeias do Xisto onde, no rés-do-chão, se situa o famoso restaurante Sabores da Aldeia. A aldeia localiza-se numa encosta, mas não se deixe esmorecer pelos degraus. Vale (muito) a pena subir até ao topo da aldeia, onde se localiza um miradouro, que nos permite contemplar esta maravilha da natureza.
Aldeias de xisto: na serra da Lousã são 12 e vai querer conhecer todas. Siga viagem com este guia
Ver artigoSeguimos então até 💥️Gondramaz, que pertence ao concelho de Miranda do Corvo. Está super bem conservada e muito bem arranjadinha. Achámos imensa graça aos nomes de algumas ruas, como Beco do Tintol e Largo dos Petiscos!
Num outro dia tivemos a oportunidade de conhecer a 💥️Aigra Nova, 💥️Aigra Velha, 💥️Comareira e 💥️Pena, uma vez que se situam perto umas das outras.
A primeira aldeia do xisto que conhecemos neste dia foi a 💥️Pena, e foi também a que mais gostámos. É uma aldeia super bem preservada e arranjadinha.
Pena é a maior das aldeias do xisto desta zona da serra da Lousã, no concelho de Góis. Está rodeada de serra, de encostas muito altas e vegetação densa, fazendo dela a mais isolada. A vista é simplesmente de cortar a respiração! Para além das casas, ficámos ainda rendidos ao chafariz da aldeia. Que amoroso!
A única coisa que não achámos tanta piada foi o facto de algumas casas terem a sua fachada rebocada e pintada com as cores tradicionais, mudando um pouco o aspeto da originalidade do xisto.
A 💥️Aigra Nova é uma das aldeias do xisto do concelho de Góis mais bem preservada e conta com vários pontos de interesse para os visitantes. A aldeia divide-se em três curtas ruas, que a atravessam e vão desembocar num pequeno largo. Os (poucos) habitantes que ali moram vivem essencialmente da agricultura e da criação de gado.
É em Aigra Nova que se localiza uma associação sem fins lucrativos que procura conservar e valorizar o património local, a Lousitânea, Liga de Amigos da Serra da Lousã. A associação possui um Ecomuseu Tradições do Xisto, que retrata a história e a cultura das populações destas aldeias, e ainda desenvolve algumas atividades, como por exemplo “caça ao tesouro” e caminhadas pela serra.
Seguimos então viagem até à aldeia vizinha, a 💥️Aigra Velha. A Aigra Velha é a que se encontra a maior altitude (770m) e fica perto de Aigra Nova e Pena. Talvez por estar quase despovoada e por ter cerca de meia dúzia de casas não ficámos por ali muito tempo.
17 locais para visitar na Serra da Lousã
Ver artigoNo entanto, não deixámos de reparar que a maior parte das casas são térreas com portas de madeira, onde estavam guardados os animais. As casas estão viradas umas para as outras, com ligações internas entre elas, permitindo a comunicação e a circulação entre os diferentes espaços, mas mantendo a privacidade de cada família. Estão assim organizadas para se defenderem contra as intempéries meteorológicas, os intrusos e os animais selvagens.
A última aldeia que visitámos neste dia foi a 💥️Comareira, que, honestamente, nos deixou um pouco desiludidos. A Comareira é a mais pequena aldeia da rede, com um pequeno conjunto de construções, para habitantes e gado. A maior de todas as casas está recuperada e oferece alojamento para turistas. No entanto, as restantes não estão nada bem preservadas, na nossa opinião.
Num outro dia completámos o objetivo do ano – conhecer todas as Aldeias do Xisto da Serra da Lousã! Faltava-nos então visitar a 💥️Ferraria de São João. A riqueza paisagística e cultural da aldeia é deslumbrante. A Ferraria de São João possui um magnífico sobreiral, um numeroso conjunto de currais tradicionais, um Caminho do Xisto, um Centro de BTT, um FunTrail para os mais pequenos, e muitos trilhos para descobrir. Apesar de ter sido a última que visitámos, saímos de lá rendidos e de coração cheio.
Castelo da Serra da Lousã
O Castelo da Serra da Lousã, também chamado de Castelo de Arouce, sobressai-se da densa vegetação, e é possível ver-se ainda da estrada. O castelo é pequeno, hexagonal e usa estilos românico e gótico. Tem vindo a sofrer trabalhos de conservação ao longo dos anos, sendo já possível visitá-lo.
Castelo da Serra da Lousã créditos: Viver o MundoPraias Fluviais
Para além de paisagens naturais maravilhosas e um cenário tão verde que nos faz transpirar paz por todos os poros, o que poderíamos pedir mais? Praias fluviais, claro! Os locais ideias para nos refrescarmos nos dias quentes de Verão.
As principais praias fluviais da Serra da Lousã são a 💥️Praia Fluvial da Senhora da Piedade, a 💥️Praia Fluvial da Bogueira e a 💥️Praia Fluvial da Senhora da Graça. Das três acima referidas só não tivemos a oportunidade de conhecer a última.
A💥️ Praia Fluvial da Senhora da Piedade, que se localiza perto do Castelo da Lousã, não é muito grande, mas dispõe de várias sombras e mesinhas para ali passar um belo dia. Ali há também uma pequena cascata bastante fotografada, devido ao baloiço que ali se encontra.
Praia Fluvial da Senhora da Piedade créditos: Viver o MundoJá a 💥️Praia Fluvial da Bogueira situa-se perto da aldeia de Casal de Ermio e insere-se numa paisagem deslumbrante. Tem uma grande área de relvado e possui uma piscina fluvial para as crianças. Tem ainda um bar, mesas de piquenique e casas de banho.
Ainda na zona, recomendamos a visita às Praias Fluviais 💥️Poço Corga (na Castanheira de Pera) e ainda às Fragas de São Simão (em Figueiró dos Vinhos).
Um local que já nos falaram muito bem também, mas ainda não conseguimos ir, foi à 💥️Garganta Cabril do Ceira.
Cascatas na Serra da Lousã
Se é fã de cascatas, a Serra da Lousã é o local perfeito para se deslumbrar. Umas maiores que outras, é certo, mas todas têm o seu encanto.
Arriscaríamos a dizer que a que mais gostámos (que até nos deixou de queixo caído, devido à sua grandeza) foi a 💥️Cascata do Candal. Localiza-se a cerca de 800 metros do Candal e o trilho não é muito fácil, mas no final compensa muito. Leve roupa e sapatos adequados, bem como chapéu e água.
Uma outra zona que tem algumas cascatas é a 💥️Ribeira das Quelhas, perto da Castanheira de Pera, mais precisamente no Coentral. Dantes havia um trilho pedestre ao longo da margem esquerda da Ribeira das Quelhas, no entanto agora é possível fazer o percurso através de uns passadiços.
Baloiços da Serra da Lousã
A Serra da Lousã tornou-se num dos locais mais fotografados nas redes sociais. E muito deve-se ao facto dos baloiços espalhados por ali.
Baloiçar o nosso corpo no meio da natureza representa muito. Primeiro vem a excitação acompanhada de felicidade. E depois, sempre que damos mais impulso com os pés, o nosso corpo experimenta sensações como a tranquilidade, a leveza e a liberdade.
O Baloiço do Trevim é provavelmente o mais famoso de todos. O baloiço situa-se no Alto de Trevim, o ponto mais alto da serra da Lousã.
Existe ainda outro baloiço, que não fica nada aquém das expectativas. Trata-se de um baloiço sobre a água na Praia Fluvial da Senhora da Piedade, nos Burgos. Aqui não se baloiça nas montanhas, mas sim em cima de água, sendo também uma experiência incrível.
Percursos Pedestres
Se é adepto de caminhadas, saiba que na Serra da Lousã existem diversos percursos pedestres. Para facilitar, deixamos aqui o link dos vários caminhos.
Onde comer
“Se não és bom para comer, também não és bom para viajar”, costuma-se dizer. E saiba que na Serra da Lousã come-se (muito) bem. A gastronomia é de comer e chorar por mais. Deixamos então aqui algumas sugestões de restaurantes.
💥️Ti Lena
Situa-se na aldeia do xisto do Talasnal e tem de fazer reserva. O ambiente é muito bonito e a comida, essa, é deliciosa!
💥️O Burgo
O Burgo é um dos restaurantes mais famosos na serra. Quando lá for vai perceber o porquê! O melhor mesmo é fazer marcação antecipadamente, uma vez que está sempre cheio. Localiza-se na Praia Fluvial da Senhora da Piedade e pode degustar vários pratos típicos, como chanfana, coelho frito, cabrito assado e javali com castanhas.
Sabores da Aldeia
Depois de explorar a Cascata do Candal, nada melhor que aconchegar o estômago aqui. O restaurante não é grande, mas come-se ali uma deliciosa chanfana.
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✅Artigo originalmente publicado no blogue Viver o Mundo
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