A primavera e as conjuntivites: as explicações de um oftalmologista - Fitness e bem-estar Lifestyle

A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, uma membrana fina e transparente que cobre a superfície interna das pálpebras e a parte branca dos nossos olhos. Essa doença ocular é muito comum e responsável por numerosas ausências escolares e ao trabalho. Agora que se inicia a primavera elas são mais frequentes. No entanto, elas podem ser causadas por diversos fatores sendo os mais comuns as alergias, as bactérias e os vírus.  É importante conhecer quais as características de cada uma, já que são diferentes, e que cuidados devemos ter para evitar o contágio.

A conjuntivite alérgica é causada por uma reação do nosso sistema imunológico a substâncias irritantes, como por exemplo, poeiras, pólens, pelos de animais e ácaros. São mais frequentes na primavera e outono. Os principais sintomas são comichão, olho vermelho, lacrimejo e edema das pálpebras. As secreções são mucosas. Em casos mais graves, pode haver sensação de queimadura e visão fica turva. O tratamento para a conjuntivite alérgica inclui a identificação e o afastamento da substância irritante, se possível. Além disso, o seu médico oftalmologista pode prescrever umas gotas de anti-histamínico e anti-inflamatório. É importante evitar coçar os olhos, pois isso pode piorar os sintomas.

A conjuntivite bacteriana é causada por bactérias que infetam a conjuntiva. Os sintomas incluem olho vermelho, edema das pálpebras, lacrimejo, secreções purulentas (amareladas) e sensação de areia nos olhos. Em alguns casos, a visão pode ficar turva. O seu médico Oftalmologista pode prescrever antibióticos em gotas e pomada com melhoria, em regra, no espaço de uma semana. É importante seguir as instruções do seu médico Oftalmologista quanto à dosagem e duração do tratamento, para garantir a eficácia do tratamento. Além disso, é fundamental manter as mãos limpas e evitar compartilhar toalhas e lençóis para evitar a propagação da infeção.

A conjuntivite virusal, por adenovírus, é altamente contagiosa e pode-se propagar-se facilmente através do contato com objetos contaminados ou pelo contato próximo com uma pessoa infetada. Os sintomas incluem olhos vermelhos, lacrimejo, comichão, dor, sensibilidade à luz e visão turva. As secreções são aquosas e muito abundantes. Não há tratamento específico para a conjuntivite virusal mas podemos aliviar os sintomas com compressas frias e colírios lubrificantes sem prescrição médica. É importante evitar coçar os olhos, compartilhar itens pessoais e devemos lavar as mãos com frequência.  Em regra, os sintomas são muito exuberantes no início e desaparecem em cerca de duas semanas. No entanto há umas estirpes de vírus que deixam sequelas depois de passar a fase aguda. Assim, se notar que a visão ficou turva e que tem grande dificuldade em encarar a luz depois de passar a fase aguda deve consultar o seu médico oftalmologista.

Um artigo do médico Rufino Silva, oftalmologista, professor associado da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e diretor clínico na CLIORS Lda.

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