Xuxa, Balão Mágico, Saul Klein: sou a psicopata dos documentários
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Maria Ribeiro
Vale a pena parar para ver. Para falar do maior, temos Eduardo Coutinho, que já nos deixou — mas a vida pode ser boa, seus filmes estão aí. No cardápio brazuca, também estão as obras de João Moreira Salles, Joel Zito Araújo, Petra Costa, Luiz Bolognesi, Carlos Nader e José Padilha.
Na TV e na internet —será que ainda há essa distinção?— , temos, há anos, o "Globo Repórter" (que me mostrou o Brasil) e tudo que agora inclui Juliana Dal Piva, Caco Barcellos, Pedro Bial, Renato Terra (obrigada pela "Nara", Renato), Mônica Almeida, Ricardo Calil, Caio Cavechini, Tatiana Issa, Guto Barra e um monte de gente que vou esquecer —sem falar nos que não conheço. Que são muitos, já que eu estou velha, e estou falando da minha turma.
Recentemente, aqui no💥️, tivemos uma prova contundente da importância desse tipo de jornalismo. Semana passada, Saul Klein, herdeiro das Casas Bahia, foi condenado pela Justiça do Trabalho a pagar uma indenização no valor de R$ 30 milhões por tráfico e aliciamento de mulheres para fins sexuais. Na condenação, constava o trabalho de apuração de Pedro Lopes, Camila Brandalise e Cristina Fibe.
O mesmo aconteceu com João de Deus, que, depois da denúncia da holandesa Zahira Mous em uma rede social, e do programa e da série feitos por Pedro Bial e Camila Appel —e do livro de Fibe— foi preso e agora condenado.
Depois de 4 anos em que jornalistas tiveram que competir, e que ainda competem, com mentiras e montagens que nos levaram a lutar de novo por uma realidade compartilhada, uma moralzinha como essa não faz mal a ninguém, além de fazer bem ao Brasil, que é o que importa.
Fui longe, afaguei meu diploma e falei um monte de nomes que talvez vocês não guardem. No fundo, comecei esse texto para dizer do meu apreço pelo jornalismo, do meu amor por Xuxa e Balão Mágico, e do prazer de compreender o meu passado nesse lugar, de primeiros ídolos. Minha infância é feita dessas figuras, e é doloroso, educativo e emocionante ver essa composição do passado. No mais, minha gratidão um tanto egoísta àquelas crianças que talvez não devessem estar trabalhando, mas me apresentaram Djavan e Roberto Carlos. O tempo e a vida não poupam ninguém.
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