Vítima que acusa Felipe Pior de estupro diz que foi agredida

Camila Brandalise

De Universa, em São Paulo

Ele foi condenado no sábado (8), em primeira instância, a seis anos de prisão em regime semiaberto por um estupro cometido em 2014 —a defesa alega que ele é inocente. Mas essa não é a única acusação contra ele. Prior responde a outras três denúncias de violência sexual.

💥️Universa teve acesso à sentença da Justiça e a trechos de depoimentos das outras vítimas. Uma delas, que conta ter sofrido o estupro em 2018, diz que começou a ter contato sexual com Prior, que logo se tornou agressivo. "Chegou a me bater", diz. "Ele começou a me segurar com força, me machucar. Comecei a chorar e pedi para ele parar. Ele continuava me batendo", diz a jovem, ressaltando que ele ficou agressivo depois da primeira negativa dela. A denúncia foi feita em uma cidade do interior de São Paulo e está na fase da investigação policial.

Outras duas denúncias de estupro também foram registradas no interior paulista. Os nomes das cidades não serão divulgados para proteger as vítimas. Em um dos casos, a acusação já foi aceita pela Justiça, e Prior se tornou réu. Somados os casos, a pena de prisão pode chegar a 24 anos, somadas as punições mínimas mais uma pena de reincidência.

Nos três depoimentos, as vítimas relatam atos violentos e agressividade por parte de Prior.

Um dos advogados do ex-BBB, Rafael Tiepo Pugliese Ribeiro foi procurado por 💥️Universa por telefone em seu escritório e por e-mail. A reportagem deixou um telefone de contato, mas, até o momento, Ribeiro não respondeu às perguntas enviadas questionando a defesa sobre os outros casos aos quais o Prior responde. Também foi procurada a advogada Gabriela Ianni, por telefone em seu escritório e por e-mail, para falar sobre as três denúncias envolvendo Prior. Não houve resposta até agora. Caso haja um posicionamento, este texto será atualizado.

Sobre a condenação, a equipe de advogados se manifestou por nota, alegou que Prior é inocente e diz que vai recorrer da decisão. Leia abaixo:

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No processo que levou à condenação, a defesa de Prior alegou que a vítima havia consentido com a relação no começo e que, por isso, não tem como ser caracterizado o crime. A juíza Eliana Cassales Tosi Bastos refutou o argumento explicando que "a cessação do consentimento da vítima pode ocorrer em qualquer momento do ato libidinoso, em seu início, meio ou fim".

Uma das advogadas da vítima, Maira Pinheiro afirmou que não pode falar sobre o processo ou depoimentos em si, porque o caso corre em segredo de Justiça, mas ressalta a importância de se falar sobre consentimento. "Não há um contrato de adesão em uma relação sexual, como termos e condição que clicamos para entrar em uma rede social. O consentimento é revogável a qualquer tempo, e qualquer conduta que ocorra após o 'não' é criminosa. Se tiver força, contenção física, é estupro. Se não, é importunação sexual. Mas, de qualquer maneira, é crime", afirma Maira.

Durante o 💥️Sem Filtro, Semayat Oliveira, jornalista e consultora do podcast "Mano a Mano", lamentou o caso. "Mais uma vez um homem adulto sendo acusado de um crime gravíssimo, e há pessoas que ainda colocam mensagens [nas redes sociais] de que 'vai dar tudo certo'", falou. "Parece que nenhuma violência contra as mulheres é forte o suficiente para colocar em dúvida a credibilidade de um homem", acrescentou.

"Consentimento tem que ser dado o tempo inteiro", afirma Cris Fibe

Cris Fibe comentou a alegação da defesa de Prior de que a vítima havia consentido com a relação no começo e que, por isso, não tem como ser caracterizado crime. "O consentimento tem que ser dado o tempo inteiro. Se a mulher ficar desconfortável com alguma situação, por qualquer razão, não precisa se justificar. Se a mulher mudar de ideia e dizer não, o que acontecer a partir daquele momento é considerado estupro."

💥️Seguem aqui os outros temas que foram destaque nesta edição do "Sem Filtro":

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Assista ao 💥️Sem Filtro

Quando: às terças e sextas-feiras, às 14h.

Onde assistir: no YouTube de Universa, no Facebook de Universa e no Canal.

Veja a íntegra do programa:

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