Abusada aos 11 por dentista: ?Tão íntimo que pensei estar em relação?


Joana contou à coluna que o dentista pedia que as meninas fizessem pose para fotos de corpo inteiro. "Acho que ele colecionava as imagens."

Ela destaca outros dois elementos que se repetem em mais de uma vítima: a negação do crime dentro da própria família —há casos de mães que foram abusadas pelo mesmo homem— e a ocorrência de outros abusos ao longo da vida.

Os casos ainda não pararam de chegar. Até agora, 28 mulheres lhe disseram compartilham o mesmo trauma —sete delas fazem parte da investigação do MP.

Joana as escuta e acolhe: "Sinto que não passei por isso à toa mas pra fazer tudo o que estou fazendo agora. Me sinto uma privilegiada por não ter enlouquecido e poder segurar essa onda. Não é ego, é senso de Justiça".

"Sair dessa bolha me dá uma força que transpõe toda a minha dor", diz, em referência ao "berço de ouro" no qual foi criada. Hoje, ela percebe que muita gente adulta daquele núcleo sabia que o dentista mais celebrado do momento era um abusador, mas deixava passar. A alta sociedade preferia o silêncio a um escândalo.

Joana demorou anos a entender o que tinha sofrido. Ela tenta explicar: "O abuso mina tanto a sua mente e o seu estado emocional que, mesmo diante do mais óbvio, você não consegue sair. A razão não serve pra essa vítima. É como se você estivesse se afogando e não soubesse nadar, não conseguisse ir até a bóia. Tem um processo interno acontecendo que você não tem tempo de elaborar, morre antes".

Décadas depois, Joana não é mais refém. A batalha, agora, é para que outras meninas fiquem protegidas disso —no consultório, na escola ou dentro de casa. O que ela sofreu, infelizmente, não é exceção.

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