Por que cheiro de bebê dá vontade de mordê-lo
Colaboração para Universa Essa vontade insólita ocorre porque o cheiro do recém-nascido desencadeia na mãe uma forte produção do hormônio dopamina, em efeito semelhante ao visto quando alguém satisfaz a fome com a comida favorita, por exemplo. Autor do estudo, o pesquisador Johannes Frasnelli explica que os cheiros são parte de uma rede de sinais de comunicação química estabelecida entre mãe e filho e que podem formar uma intensa ligação. "O que identificamos, pela primeira vez, é que o odor exalado pelo recém-nascido, que faz parte dessa rede de sinais, ativa no cérebro das mães a área referente a recompensas. Esses circuitos podem ser especialmente ativados em situações de muita fome ou até mesmo de vício, entre um usuário e a droga", diz o cientista, na divulgação do estudo. O time liderado por Frasnelli recrutou dois grupos de 15 mulheres cada. O primeiro era composto apenas por mulheres sem filhos, e o segundo, por mães de primeira viagem que tivessem dado à luz há, no máximo, um mês e meio. Os dois grupos de mulheres tiveram suas atividades cerebrais medidas, por meio de ressonância magnética, enquanto cada uma delas sentia cheiros usando um aparelho chamado olfatômetro. Ao todo, cada participante sentiu o odor contido em peças de roupas usadas por 18 recém-nascidos. As mulheres não sabiam de onde vinha o cheiro que sentiam, e os pesquisadores as perguntavam quão agradável, intenso e familiar era cada um dos odores. Assim, o grupo de mulheres que não tinham filhos se referiu aos odores como fracos, desconhecidos e razoavelmente agradáveis. Já o grupo composto por mães registrou maior atividade cerebral ligada à área de recompensas, com um pico na produção de dopamina. O estudo afirma também que a descoberta não pode ser aplicada a pais porque homens não foram incluídos nessa etapa da pesquisa. Dois anos depois, um estudo publicado no periódico American Psychological Science provou que os demais também sentem vontade de morder bebês. Os pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, mostraram fotos de oito bebês, manipulados digitalmente para parecerem mais fofos, para 299 pessoas. Depois, eles avaliaram as reações dos participantes por meio de questionários. No final, eles observaram que quem sentia mais emoções positivas em relação ao bebê também tendia a apresentar mais ímpetos agressivos, como apertar, morder e beliscar. Segundo os autores do trabalho, essa é provavelmente uma estratégia do cérebro para lidar com sentimentos intensos.Mas como os pesquisadores chegaram a essa descoberta?
Não só as mães que querem morder
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