Acertadíssima, diz diretora do Me Too sobre condenação de juiz

Luanda Pires, diretora do Me Too Brasil - Imagem: Divulgação

Adriana Negreiros

De Universa, em São Paulo

Durante o julgamento, a ministra Rosa Weber, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), manifestou incômodo semelhante ao de Pires. "Lamento que nossa legislação assegure vencimentos proporcionais ao tempo de serviço. Mas é a nossa legislação e temos que aplicá-la", disse.

Protocolo de gênero

Este foi o primeiro julgamento do CNJ após ser aprovada a resolução tornando obrigatório o cumprimento do Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero. A resolução foi aprovada no último dia 14 de março. O protocolo estabelece regras para evitar que preconceitos e estereótipos de gênero interfiram nas decisões judiciais.

"Por isso é uma decisão paradigmática. Considera a estrutura que fez as vítimas sofrerem machismo institucional dentro do TRT-2", diz Pires. A advogada também destaca o "caráter reparador" da decisão. "É uma resposta do Estado à violência contra essas mulheres".

Rosa Weber também festejou o caráter inovador da decisão, na sequência à aprovação do protocolo do CNJ. "Esse processo é paradigmático. Reflete uma sociedade estruturalmente machista que invisibiliza as mulheres e as silencia", afirmou.

Ao comentar o voto da relatora do processo, a desembargadora Salise Monteiro Sanchotene, Weber afirmou que o comportamento de Marcos Scalercio "causa repulsa" e "constrange e envergonha" o Judiciário.

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