Ministério da Mulher prioriza combater a misoginia online

Em entrevista a 💥️Universa, Ísis ressalta a importância de se aprovar uma lei contra a misoginia para que esse tipo de conteúdo saia do ar. "Parte considerável dos canais que estão presentes dentro da 'machosfera' são monetizados. E a ideia é que cada vez mais homens se identifiquem e deem audiência a esses canais. É algo inédito na nossa história de enfrentamento à violência contra a mulher."

"O processo de criminalização e de responsabilização dos autores também é importante", afirmou. De acordo com a SaferNet, as denúncias de discurso de ódio contra mulheres cresceram cerca de 300% de 2023 para 2022.

💥️A misoginia se tornou um foco do Ministério das 💥️Mulheres. "Estamos acompanhando o aumento do discurso de ódio dois grandes espaços, o da política institucional e o da internet, onde movimentos ultraconservadores encontram um terreno fértil para propagar mensagens de ódio em grande volumes e velocidade. Algo bastante inédito dentro da nossa história de enfrentamento à violência contra as mulheres", afirma Ísis.

💥️Pesquisas comprovam aumento de crimes. Segundo a advogada, o ministério tem desenvolvido uma série de pesquisas que mostram um aumento exponencial de denúncias de violência contra a mulher na internet. E ainda há uma subnotificação. "A SaferNet demonstrou que de 2023 a 2022 houve um aumento de cerca de 300% nas denúncias de discurso de ódio nas redes sociais."

Entre os conteúdos mais repugnantes, diz que se chocou com manuais que ensinam a estuprar e torturar mulheres psicologicamente. "É de muita crueldade."

Ela também reforçou que os discursos disseminados em vídeos dizendo, por exemplo, que o propósito do homem é maior do que o das mulheres, portanto elas devem estar à disposição para fortalecê-los, são ideias de hierarquização preocupantes.

💥️Conversas já foram feitas com a Meta, responsável por Facebook e Instagram, e com o Google. "Estamos pensando em formas de intervir nesses discursos porque o volume é altíssimo", diz ísis.

"Explicamos às plataformas que elas precisam ter uma atitude mais proativa para retirar conteúdos misóginos do ar, mas é importante que a gente não dependa da boa vontade das empresas. A gente precisa garantir que elas sejam obrigadas a isso. Essa tem sido a nossa reivindicação. Não é possível que o discurso de ódio e a misoginia no Brasil sejam negócios lucrativos."

O projeto de lei sobre misoginia foi apresentado pela senadora Ana Paula Lobato (PSB-MA). Agora, vai para uma comissão da casa, para depois ser votada entre os senadores e, na sequência, ir para a Câmara dos Deputados. Se passar, vai para sanção presidencial. Não há previsão para que entre em vigor, mas, segundo Ísis, o Ministério das Mulheres quer trabalhar para que vire lei em breve.

Cris Fibe: 'Por que criminalizar a misoginia? Precisamos deixar de tratar como piada'

Durante o programa "Sem Filtro", a jornalista Cris Fibe destacou a importância de se criminalizar a misoginia e também reforçou que o tema deve deixar de ser tratado como piada. Ela reforçou o avanço recente com a criminalização de outros tipos de preconceito para justificar a necessidade que o mesmo aconteça com a misoginia.

Recentemente a homofobia e a transfobia foram criminalizados e, para ela, é urgente que o ódio contra a mulher também seja para que essa ofensa e violência não escalonem de forma que cheguem ao extremo que é a violência sexual ou até mesmo o feminicídio.

O que esses sujeitos estão fazendo é disseminar o ódio contra a mulher, e muitas vezes ensinando como nos violentar. Isso cria base para a violência física contra a mulher, então acho que, no mínimo, é para a gente deixar de tratar como piada e objetificação feminina. 💥️Cris Fibe

Assista ao 💥️Sem Filtro

Quando: às terças e sextas-feiras, às 14h.

Onde assistir: no YouTube de Universa, no Facebook de Universa e no Canal.

Veja a íntegra do programa:

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