Ela planejava terminar, ele acreditava no futuro: duas versões do término

Carlos e Beatriz namoraram por cinco anos, até que decidiram terminar. A separação, porém, tem duas versões - Arquivo pessoal/Arte

Leia os depoimentos abaixo.

"Tinha decidido terminar uma semana antes da conversa"

Beatriz Silva Costa, 19, estudante, São Paulo (SP)

"Murilo e eu ficamos juntos por quase cinco anos e foi uma grande experiência. Nosso relacionamento começou aos 14. Acredito que esse é o motivo que fez com que eu me tornasse tão emocionalmente dependente dele. Sem o apoio dos meus pais, não tinha com quem conversar sobre a relação. Me afastei de algumas amizades. Meu mundo era ele. Achava que, se terminássemos, ficaria sozinha para sempre.

Todas as sensações eram intensas. Ele foi meu primeiro namorado e meu primeiro amor. Até minhas amigas entenderam essa intensidade, mesmo com meu afastamento. Elas sabiam que ia passar --e realmente passou. Demorou uns quatro anos, notei que a vida não tinha como ser só com ele, que existiam outros ciclos sociais e outras pessoas que eram importantes.
Entendi, conforme fomos crescendo juntos, que ele também precisava de espaço.

Dois lados de um término, frase Beatriz - Arquivo pessoal/Arte - Arquivo pessoal/Arte Dois lados de um término, frase Carlos - Arquivo pessoal/Arte - Arquivo pessoal/Arte

Tivemos muitos conflitos por causa de arrumação da casa, de louça. Nosas criações foram muito diferentes. A Beatriz me ajudou a ter mais responsabilidade, mas pequenas coisas tomavam proporções diferentes. Brigávamos por uma colher fora do lugar. Virávamos a cara um para o outro e nem me lembrava dos motivos.

Não estava esperando pelo nosso término. Tínhamos brigado dois dias antes e não estávamos nos falando muito.

Chamei-a para voltar comigo da faculdade andando para conversar. Começamos a falar sobre o relacionamento, que não estava bom, que a gente se amava, mas não éramos mais compatíveis. Percebemos que tínhamos virado amigos.

A poucos passos de entrar no nosso apartamento, perguntei se era isso mesmo, se íamos terminar. Me lembro de ela perguntar: 'Você quer continuar empurrando com a barriga?'. isso me marcou. Não achei que me sentiria tão mal. Estava bem até entrar em casa. Juntos no apartamento, nos abraçamos por uns dez minutos, choramos muito e falamos que aquilo que vivemos foi bom, que queríamos que o outro seguisse bem.

Fiquei muito mal nos primeiros dias, foi muito doloroso. Mas acho que faz parte desse período de perda. A gente sentia que a relação estava acabando, mas, até aquele momento, eu achava que seguiríamos juntos. Estávamos sustentando aquela relação há muito tempo.

Para mim, o término não parecia real, eu inventei uma ilusão para não acreditar que ele aconteceria.

Posso dizer que ainda somos amigos, mas confesso que estou dificultando esse lado. Fiquei bem abalado com o término e achei que seria melhor não manter contato, por mais que eu quisesse o bem dela e tê-la por perto, achei melhor me afastar."

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