Sexo tantrico: prática 'potente' de Sheila Mello envolve toque e tempo

Sexo tântrico não é só uma prática; para especialistas, envolve um modo de vida - Getty Images

Faz sentido ter experiência, a gente abrir a mente. É um terreno maravilhoso, o nosso próprio corpo, e acho que a gente não pode delegar o nosso próprio prazer ao outro. Primeiro você tem que se conhecer para depois entregar o seu prazer para outra pessoa. 💥️Sheila MelloA experiência de Sheila, que migrou para área de terapia corporal e bioenergética, aconteceu durante um retiro tântrico em janeiro deste ano.

Descubra os principais fundamentos da modalidade para proporcionar momentos de prazer ao lado do seu parceiro ou parceira.

💥️O que é o sexo tântrico?*

Técnica criada pelos drádivas, povo originário da região norte da Índia, o sexo tântrico busca alcançar o prazer e orgasmos múltiplos en uma relação sexual duradoura, sem pressa. A troca de toques deve ser intensa, pois as carícias são importantes para chegar ao ápice do prazer. Essas práticas não visam somente a satisfação do corpo, mas melhorias no estilo de vida como um todo.

De acordo com especialistas, para a técnica funcionar é necessário seguir fundamentos essenciais:

Dedique tempo à experiência

Os dois devem estar bem-dispostos e descansados, pois o sexo tântrico não combina com pressa, preguiça ou cansaço. Assim, se jogue na vivência no horário em que você e o par estiverem com pique para enfrentar a jornada, fechadinhos no quarto e com os celulares desligados.

Capriche no ambiente

O quarto ou a sala precisam ser preparados com carinho e cuidado, livres de poeira, bagunça e desorganização. Se a relação rolar na cama, escolha lençóis macios ao toque. Na sala, espalhe almofadas ou travesseiros pelo local. Plantas, flores frescas e incensos têm o poder de elevar a vibração energética do lugar, assim como uma música bem suave. A iluminação deve ser suave ou à luz de velas.

Esvazie a mente

Não é hora de pensar em boletos, trabalho ou qualquer outro tipo de preocupação - a dica vale, inclusive, para suas expectativas em relação ao próprio tantra. Para algumas pessoas o ritmo mais lento do sexo tântrico pode ser mesmo um desafio à concentração total no momento, mas é preciso manter o foco para que a experiência seja a mais plena e verdadeira possível.

Explore primeiro o próprio corpo

Antes de focar nas reações do outro, comece prestando atenção na sua respiração para ir relaxando aos poucos. Em seguida passe as mãos pelos cabelos e vá percorrendo com os dedos o seu rosto, os lábios, as orelhas. Depois parta para o pescoço, os braços, seios, barriga, nádegas, púbis. Repita os toques no corpo do parceiro. Importante: nesse momento, ninguém deve se preocupar com a exploração dos genitais.

Troquem olhares

A troca de olhares é um dos pilares da prática e serve tanto para fortalecer o vínculo como para compartilhar as percepções da experiência num nível mais profundo. É claro que, em um primeiro momento, pode surgir um certo desconforto. Provavelmente vocês até cairão na risada, mas tentem persistir e sustentar o olhar por cinco minutos, depois dez e até quinze. Enquanto um observa o outro, ambos podem tentar expressar tudo o que sentem na relação.

Beije suavemente

Um deve beijar os lábios um do outro delicadamente: primeiro os superiores, depois os inferiores. As sucções devem ser suaves e, quando a língua entrar em ação, deve se movimentar vagarosamente.

Massagem para despertar os sentidos

Outra técnica significativa é a Sensitive, também conhecida como massagem tântrica. Sua função é trabalhar o sentido do tato. O casal, simultaneamente, deve passar as pontas dos dedos devagarinho pelo corpo um do outro. A proposta é percorrer cada zona erógena sem pressa e sentir regiões que costumam ser negligenciadas durante as preliminares.

Respiração conectada

É mais uma forma de promover a ligação do ar. O ponto de partida é o abraço tântrico, posição também chamada de Yab Yum. O homem se senta com as pernas cruzadas e a mulher se posiciona em seu colo, envolvendo o quadril dele com suas pernas. É importante que passar algum tempo assim posição sem que haja penetração. O ar expirado pelo homem é inspirado pela mulher e vice-versa, formando uma respiração circular. O homem também deve se movimentar para frente e para trás, em círculos. Os batimentos cardíacos também se regulam. Segundo os preceitos do Tantra, a Yab Yum trabalha as polaridades feminina e masculina, aumentando o vínculo do casal. Essa etapa da respiração conjunta deve durar uns 15 minutos.

Não tenha pressa de gozar

A sessão de preliminares e carícias deve ser um tanto demorada, pois o caminho do Tantra - aproveitar a viagem - já é a própria missão. A ideia é que o casal explore cada pedacinho dos corpos o máximo possível, observando as respostas sexuais a cada toque e movimento. Isso vai permitir, nas próximas relações, que cada um identifique melhor o que estimula e desperta o desejo do outro, aumentando a sintonia.

Deixe a penetração para o final - se for acontecer

Ela não é a meta, mas uma consequência. E por isso deve ser adiar o máximo de tempo possível. Quando acontecer, os movimentos precisam seguir um ritmo gradual para que a excitação caminhe numa marcha crescente - e o orgasmo, para os dois, seja vigoroso.

Mais famosos praticantes

Além de Sheila, outros famosos já revelaram sua preferência pelo sexo, onde a penetração não é o foco.

Durante participação no "Lady Night", o apresentador Luciano Huck revelou, que, após mais de 20 anos juntos, ele e Angélica buscaram outras formas de apimentar a relação e encontraram no tantra uma boa opção, que ajudou a salvar o casamento.

O ator Eriberto Leão falou sobre essa modalidade sexual ao participar do "Amor & Sexo", em 2011. Na ocasião, o artista confessou que quem põe essa premissa em prática atinge "vários orgasmos durante a relação, e não um só".

Em entrevista ao YSOKE, Bruna Lombardi admitiu que já leu muito sobre o tema, mas também colocou em prática o que aprendeu em prática. Para ela, "o tantra é um lugar onde o sexo é sagrado, é uma poesia, uma elevação".

*Fontes: Deeva Geeta, terapeuta tântrica, de São Paulo; Juliana Bonetti Simão, psicóloga especializada em sexualidade, de São Paulo; Tiago Brumatti, terapeuta tântrico e coordenador do Paraíso Tantra

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