Jornalista gay fala da importância de jogadores se assumirem no futebol
Jornalista gay fala da importância de jogadores se assumirem no futebol
Com a decisão corajosa do jogador tcheco Jakub Jantko (meia da seleção nacional e jogador do Getafe-ESP emprestado para o Sparta Praga-TCH) de falar nesta semana publicamente sobre ser gay, chegamos ao número 21. Vinte um jogadores profissionais assumidamente gays ou bissexuais que falaram sobre sexualidade ainda em atividade, ou depois de sua aposentadoria.
Apenas a título de comparação, o Brasil tem hoje mais de 23 mil jogadores profissionais de futebol registrados na CBF.
O número baixo de atletas que tiveram a coragem de falar é um reflexo do ambiente machista e homofóbico no qual jogadores, comissões técnicas, dirigentes, jornalistas e torcedores estão imersos não só no Brasil, como no mundo todo.
Jantko, em especial, joga na Tchéquia, país que já foi um dos principais destinos turísticos para LGBTQIA+ no leste europeu, mas que hoje está imerso em um caldeirão reacionário que ataca os direitos e a cidadania desta população. O último presidente do país, Milos Zeman, disse em entrevistas que pessoas transexuais eram "nojentas", que os homossexuais querem "mais direitos do que a maioria da população" e que, se fosse jovem, promoveria uma passeata pelos "direitos dos heterossexuais".
Isso ajuda a colocar em perspectiva o peso (e a coragem) do meia do Sparta Praga em falar publicamente sobre sua homossexualidade.
E é esta coragem que importa nesta história toda: colocar o dedo na ferida da masculinidade tóxica e da heterossexualidade compulsória no futebol e mostrar que a gente existe, resiste e vai ocupar todos os espaços que também são nossos, dentro de campo ou fora dele.
Jantko é mais um desbravador entre 21 que falaram sobre ser divergente em um meio onde pisar fora da regra pode acabar com sua carreira (e até com sua vida), desde que Justin Fashanu, primeiro jogador assumidamente gay da história, trilhou este caminho tortuoso em 1990.
Precisamos falar sobre nossa inexistência no futebol e nossa invisibilidade quando existimos no esporte até que este não seja mais um assunto.
E como vocês podem observar, este é um caminho longe de estar perto do fim."
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