Perder o comboio ou aceitar uma IA que sugere cola na pizza? Google está numa encruzilhada - Internet Tek

A Google já disponibilizou nos Estados Unidos o AI Overviews, uma ferramenta de IA generativa que usa todo o poder do Gemini para criar uma resposta única, baseada em várias fontes, a uma pergunta feita ao motor de pesquisa. O potencial é imenso, os resultados têm sido motivo de piada. É o preço de querer trazer o futuro para o presente cedo demais, há quem defenda. Perder o comboio ou aceitar uma IA que sugere cola na pizza? Google está numa encruzilhada

Uma das muitas novidades potenciadas por inteligência artificial, apresentadas na última conferência de programadores da Google, foi o 💥️AI Overviews. Trata-se de uma 💥️nova funcionalidade que vai ser progressivamente adicionada ao serviço de pesquisa da empresa para enriquecer a informação compilada pelo motor de busca em temas complexos.

Dito de outra forma, a 💥️Google já usa há muito IA nos resultados de pesquisa, para os tornar mais relevantes para o utilizador e isso reflete-se na ordem com que aparecem listados os links com resultados. 💥️Com o AI Overviews, o motor de busca segue o mesmo processo, mas 💥️passa as fontes compiladas por uma ferramenta de IA generativa, que faz um resumo da informação encontrada e a organiza num texto que é depois apresentado ao utilizador.

Dito ainda de outra forma, o 💥️AI Overviews vai apresentar resultados mais idênticos àqueles que já vê quem usa o motor de pesquisa da Microsoft, o Bing, potenciado pelo GPT da OpenAI.

A💥️ novidade ficou disponível mal foi apresentada nos Estados Unidos, com planos para em breve chegar a outros mercados, mas a 💥️experiência de alguns utilizadores não tem sido brilhante. Têm proliferado na internet exemplos de 💥️resultados pouco fidedignos e alguns até perigosos. Um dos mais populares está na resposta a uma pesquisa sobre queijo que não cola à pizza. Uma das sugestões do motor de busca, apoiado pela IA generativa do Gemini, é que se 💥️adicione cola ao molho para melhorar a aderência do queijo à pizza. Também há respostas a💥️ sugerir a ingestão de pedras e vários exemplos de 💥️erros relacionados com fontes de informação.

Sundar Pichai, CEO da Alphabet, dona da Google, já admitiu que o 💥️modelo tem tido alucinações e garante que a empresa está a fazer todos os esforços para corrigir o problema, assegurou numa entrevista ao The Verge. O site de notícias dá agora mais informação sobre o que está a ser feito para resolver o problema.

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Segundo a publicação é a 💥️mão humana que está a salvar o dia e a evitar que os resultados que se transformaram em piada na internet permaneçam disponíveis e se multipliquem online, como exemplos de que a 💥️IA generativa ainda não está pronta para resolver todos os problemas do mundo. Nem mesmo alguns dos mais simples, como garantir a melhor técnica de confeção de uma pizza. Para evitar que as falhas perdurem, avança o The Verge, a 💥️Google está a usar equipas humanas para impedir que o AI Overviews responda a alguns tipos de perguntas.

Porque é que isto precisa de ser feito? Segundo vários especialistas porque aqui também se aplica o velho ditado de sabedoria popular, que diz que a 💥️pressa é inimiga da perfeição. Há um conjunto de💥️ problemas por resolver no funcionamento dos grandes modelos de linguagem que precisam de tempo e tecnologia para serem endereçados. Testar capacidades a uma escala tão abrangente como é a de um motor de pesquisa como o da Google expõe essas fragilidades, mesmo que sejam pontuais face à quantidade de resultados entregues.

Quando apresentou o AI Overviews, a 💥️Google explicou que pôde fazê-lo porque conseguiu reduzir em 80% o custo de aplicar todo o poder do seu LLM a este tipo de processo. Como referiu Sundar Pichai isso foi possível graças a 💥️alterações no hardware, engenharia e ajustes técnicos, mas as semanas seguintes vieram mostrar que todo este trabalho resolveu a questão financeira de ter um LLM a suportar um motor de pesquisa que responde a milhões de perguntas todos os dias, mas 💥️não resolveu outros problemas críticos que influenciam a perceção sobre a tecnologia.

“Muitas dos 💥️exemplos que vimos foram pesquisas pouco comuns, e também vimos exemplos que foram adulterados ou que não pudemos reproduzir”, disse a 💥️porta-voz da empresa, Meghann Farnsworth, ao The Verge, confirmando que a empresa estava a 💥️remover algumas visões gerais da IA em determinadas pesquisas e a usar outras para fazer melhorias.

💥️Gary Marcus, especialistas em inteligência artificial e professor emérito da Universidade de Nova Iorque, sublinha à mesma fonte que 💥️muitas empresas estão a vender o sonho de que a sua tecnologia já consegue entregar respostas corretas em 80 a 100% das vezes. Segundo ele, chegar aos 80% é relativamente fácil, o maior desafio está nos restantes 20%, que dependem menos de varrer conteúdos na internet, como os LLM fazem, e mais de 💥️validações de coerência, que os mesmos modelos não conseguem fazer.

“É preciso fazer algum raciocínio para decidir: isto é plausível? Esta fonte é legítima? É preciso fazer aquilo que um verificador de factos humano poderia fazer, o que na verdade pode exigir inteligência artificial geral", defende.

O especialista acredita também que 💥️não serão os modelos atuais, na base do Gemini da Google nem o GPT-4 da OpenAI, que nos levarão à AGI - Inteligência Artificial Geral, uma ideia que o responsável de IA da Meta, Yann LeCun, também já defendeu.

Dito isto, 💥️não se avizinha um caminho fácil para resolver este tipo de falhas dos modelos até que a tecnologia ganhe mais maturidade, mesmo com todo o trabalho desenvolvido na área da IA responsável, algum do qual também feito a partir de Portugal.

Ainda para mais porque esse 💥️trabalho segue com a enorme pressão da concorrência, num ecossistema de empresas altamente pressionadas para entregar resultados e 💥️manter as máquinas de financiamento a mexer, para conseguirem também manter a fasquia de inovação que se exige. Empresas como a 💥️Alphabet ou a 💥️Meta são cotadas. A 💥️OpenAI não é, mas tem entre os grandes investidores a 💥️Microsoft, que no último ano redescobriu a receita para se destacar da concorrência graças à IA.

Os efeitos dessa pressão, com lançamentos antes de tempo, tem-se repetido. Gary Marcus recupera o 💥️lançamento da Galactica pela Meta em 2022, uma ferramenta de GenAI desativada pouco tempo depois de ser lançada. A Galactica foi lançada como uma ferramenta de apoio à pesquisa e resumo de informação científica. Pouco tempo depois de ser lançada foi 💥️usada para produzir um estudo sobre os benefícios de comer vidro triturado. A OpenAI também fez melhorias importantes a este nível entre as duas últimas versões do seu LLM.

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