Sem espaço para 4º operador, consolidação e sustentabilidade são palavras c

Ainda apenas com 3 operadores em palco, o debate do Estado da Nação do 33º Congresso da APDC mostra que há vários pontos em que responsáveis pelas empresas estão de acordo. A necessidade de garantir a rentabilidade, a crítica da política de novos entrantes e a consolidação são consensuais. Sem espaço para 4º operador, consolidação e sustentabilidade são palavras chave nas telecomunicações APDC

💥️A intervenção da presidente da ANACOM antes do debate do Estado da Nação do 33º Congresso da APDC acabou por dar o mote para os temas abordados no painel que juntou os três principais operadores de telecomunicações em Portugal, a Altice, NOS e Vodafone. A reação à ideia de que existe receio da entrada próxima da DIGI e que os operadores podem ter soluções criativas foi comentada pelos responsáveis pelas três empresas, mas o debate centrou-se sobretudo na necessidade de garantir sustentabilidade do negócio e rentabilidade, o que na opinião de todos é incompatível com a entrada de um novo operador em Portugal.

💥️Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal, lembrou que pela Europa assistimos a operações de consolidação, e que as empresas precisam de regulação que lhes permita ter escala para rentabilizar o investimento. "Debate-se muito o preço e trazer mais players [para o sector]", afirma, dizendo que não é suposto e nem existe espectro disponível. "💥️Falta falar do que investimentos e de como Portugal compara muito bem com países europeus", defende, o que foi feito pela competição entre os três operadores que estão presentes no debate.

Pode acompanhar todos os debates online com o ysoke TEK, através da transmissão de vídeo assegurada pela APDC

Na mesma linha, 💥️Miguel Almeida, CEO da NOS, lembra que a própria Europa já reconheceu que o futuro passa por encontrar equilíbrios entre o investimento e a sustentabilidade dos operadores e que falar de formas criativas de ir buscar receitas é "uma visão de curto prazo e tem consequências graves". O líder da NOS referiu várias vezes o relatório europeu onde se reconhece que a situação dos operadores torna impossível atrair investimento privado e aponta a consolidação como solução.

Essa situação é "maximizada em Portugal", defende Miguel Almeida. "💥️A política de novos entrantes é errada e deve ser revertida", avisa, dizendo que se isso não acontecer estamos a "condenar Portugal a falhar transição digital" e que existem consequências dramáticas. É um risco que existe na Europa e em Portugal".

Com uma 💥️operação de consolidação "presa" à espera de aprovação, e depois de um sentido provável de decisão negativo à compra da Nowo, Luis Lopes , CEO da Vodafone Portugal afirma que o investidor estrangeiro na empresa encara esta "situação em portugal com uma preplexidade enorme e incompreensão muito grande, como aconteceu em relação ao leilão do 5G". E avisa que "existe sempre um risco muito grande quando um investidor estrangeito não entende o que se passa no país".

O CEO da Vodafone critica ainda a demora na avaliação da operação, e a valorização dos riscos de fusão com um operador que tem 2% de quota de mercado. “💥️Em Portugal uma operação de concentração de uma empresa com margem residual é vista, do ponto de vista concorrencial, como sendo mais complicada que aquela em Espanha que deu origem ao maior operador”, lamenta.

MEO, NOS e Vodafone continuam unidos contra a entrada de um quarto operador

A ideia não é nova mas foi mais uma vez sublinhada: não há espaço para um quarto operador em Portugal. 💥️Miguel Almeida defende mesmo que "para um mercado como português é evidente que a dimensão não pode ser superior a 3 operadores" e afirma que "a medida de sucesso de mandato de regulador é criar as condições, incentivar e impulsionar a consolidação".

Ana Figueiredo e Luis Lopes admitem não saber o que a DIGI está a preparar em termos de ofertas e durante o debate foram referidos pelo CEO da Vodafone a existência de contratos de trabalho temporários e carros de matrícula estrangeira a instalar fibra. Ficou ainda o aviso de que a operadora não ficará pelos serviços móveis e fixos e que quer entrar no mercado de TV.

Luis Lopes lembrou ainda que Portugal já teve um quarto operador, no leilão do 3G. "💥️A Oniway acabou por não entrar porque se concluiu que mercado não tem escala para operar de forma rentável este número de redes", avisou. 

Em relação à rentabilização do 5G, os três operadores admitem que o cenário é complexo, mas que não depende só dos operadores e tem vários fatores. 💥️"Ainda é cedo para avaliar a rentabilização do 5G [...] mas seria irresponsável ignorar que primeiros sinais não são brilhantes", admite Migeul Almeida. Ainda assim todos concordam que é preciso continuar a investir e não recusam a evolução da tecnologia para velocidade mais rápidas nas redes fixas e o cenário de evolução para o 6G.

Já no final do debate, 💥️Miguel Almeida deixou a ideia de que "está na hora de um debate sério para perceber o que podemos fazer para melhorar a concorrência". O CEO da NOS diz que esse debate não existe, e que os operadores só se encontram uma vez por ano na APDC para o debate do Estado da Nação. "É estranho", afirma, dizendo que essa abertura existe na União Europeia, que debate estratégias com os operadores, e também noutros países. "Penso que era importante que novo governo abra esse novo espaço, que se debata e acabe com os mitos", atira.

💥️Apesar do apelo final a um espaço de diálogo, que poderia ser criado pelo Governo, Miguel Pinto Luz, o ministro das infraestruturas e habitação, não foi brando ao dizer que é preciso encontrar uma forma de o sector recuperar o crescimento fervilhante e que tem de haver formas de considerar a remuneração do capital investido.

O governante, que assumiu o cargo há 33 dias, refere que fez bem a divisão de temas com os secretários de Estado ao chamar a si a pasta das telecomunicações. " 💥️Já percebi que neste sector o alvo não é o ministro, mas o regulador", afirma, prometendo a Sandra Maximiano, presidente da ANACOM, todo o apoio ns suas funções.

Miguel Pinto Luz concordou com um dos argumentos apresentados pelos operadores, e 💥️a ideia de que as comunicações "são um setor que tem margens esmagadas, onde a arquitetura regulatória da concorrência limita a inovação", admitindo que "sofreu impactos sucessivos com a introdução de novos players" e que "a evolução tecnológica obriga a ciclos sucessivos de investimento". Por isso diz que "precisamos de encontrar novas formas de dar robustez à inovação do setor", porque isso é essencial para liderar os próximos ciclos de desenvolvimento".

💥️O ysoke TEK é media partner do 33º Congresso da APDC e está a acompanhar os debates e apresentações. Acompanhe aqui todas as notícias e veja as imagens.

Nota da Redação: A notícia foi atualizada com mais informação.

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