Google criará seus emails, mas, se der ruim, foi você quem apertou enviar
Imagem: Divulgação/Google (Esta é a versão online da newsletter de Tilt enviada hoje. Quer receber a newsletter completa, apenas para inscritos, na semana que vem? Clique aqui e se cadastre.) Admita. Escrever emails, principalmente os corporativos, envolve mais transpiração do que inspiração. Nesta semana, o Google aterrissou no Brasil um recurso que promete suavizar essa tarefa. É o autoexplicativo "ajuda para escrever", que funcionará no Docs e no Gmail e é um atributo do Gemini, a plataforma de IA do Google onipresente nos vários serviços da Big Tech. É a primeira das funções mágicas da estratégia da Big Tech para suavizar com inteligência artificial as tarefas entediantes no mundo do trabalho. Kennedy Alencar Vice de Kamala ajuda mais do que o de Trump Milly Lacombe União é porque elas sabem que nada está ganho José Paulo Kupfer Ata do Copom realinha expectativas do mercado André Santana Pioneiras celebram ouro de atletas negras A comodidade, porém, esconde algo que os mercadores da facilidade da IA não contam. A máquina elaborou alguma mentira? Adicionou alguma informação confidencial? Difamou alguém? Não listou dados relevantes? Você é o único responsável pelo que for enviado. Não adianta apelar depois para o Google. Imagem: Divulgação/Google Ao lado de outras novidades, como os recursos para reduzir os danos provocados por roubos de celulares, o "ajuda para escrever" foi lançado no país durante o Google for Brasil. E vai funcionar assim: Imagem: Divulgação/Google Recorrer a IAs que fazem parte ou todo o esforço por nós parece o melhor dos mundos — ainda mais para quem não tem o emprego ameaçado por essas ferramentas. Só que, em um instante, a mão na roda pode virar o tiro no pé. Você submete informações pessoais ao Gemini, dá uma orientação via prompt, mas não controla o funcionamento dos códigos desenvolvidos pelo Google. De fato, nem a Big Tech coloca a mão no fogo pelos resultados. Tanto é que os mais atentos leem o seguinte aviso no Gmail: "essa é uma ferramenta de escrita criativa que não tem o objetivo de ser factual". Segundo o Google, a empresa faz esse tipo de alerta nas ações relacionadas a IA generativa por entender que é uma tecnologia em processo de evolução e que os usuários precisam saber que ela não vai fazer tudo certo. Imagem: Divulgação/Google Além disso, a plataforma de IA do Google não explicita que teve aquele dedo robótico para elaborar o produto final. Para os iniciados, significa o seguinte: os textos não levam marca d'água nem indicação nos metadados de "made by IA". Outros sistemas, como a IA da Meta, geram conteúdo, mas sinalizam que foram feitos autonomamente. Não que indicar a origem artificial do texto, imagem ou vídeo vá te safar de qualquer problema. Em um processo contra uma empresa aérea, um advogado norte-americano usou o ChatGPT, da OpenAI, para levantar casos como os dele e assim justificar a procedência de sua ação. Só que o chatbot inventou vários processos. Agora, ele tem que se virar para provar que não tentou enganar o tribunal de propósito. No caso do "ajuda para escrever" do Gemini, a transparência seria muito bem-vinda. De todo modo, fica aqui o aviso: plataformas que geram conteúdo com IA são ferramentas para cocriação e devem ser utilizadas com supervisão humana. Ainda mais quando se tratam dos seus emails. Se você não checar o que saiu dali, já sabe: escreveu, não leu e deu ruim, é o seu nome que está no campo de remetente. Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados. ** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do.Opinião
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