Data centers estão em transformação e pequenas mudanças podem fazer uma grande difer
As previsões da Comissão Europeia em 2018 apontavam para um 💥️consumo de eletricidade associado aos data centers de 76,8 terawatts / hora, cerca de 💥️2,7% de toda a energia elétrica consumida na região à data, e com uma perspetiva de crescimento até aos 98,52 TWh em 2030, mais 28%.
As contas sobre o impacto ambiental dos data centers não são unânimes, mas não há dúvidas que, com os dados digitais a crescerem a um ritmo nunca visto, esta é uma 💥️área prioritária para reduzir a pegada ambiental das empresas. Com os desenvolvimentos mais recentes no contexto internacional, e o avanço dos preços da energia, ficou também evidente que 💥️o tema não é só urgente por questões ambientais, mas também económicas.
Visto como um dos poucos países do globo com ligações de dados diretas aos cinco continentes (por terra e por mar), 💥️espera-se que Portugal venha a ser um destino por excelência de grandes investimentos em centros de dados nos próximos anos, para tirar partido da sua posição quase única na Europa.
Um deles já foi anunciado e está em marcha. É liderado pela 💥️Start Campus💥️, que quer instalar em Sines um dos maiores campus de data centres da Europa até 2027. Desenhado de raiz para usar apenas energias renováveis e sistemas de refrigeração sustentáveis, é um bom exemplo da visão de futuro para os data centers. O primeiro dos nove edifícios do complexo deve ser inaugurado na segunda metade deste ano, de acordo com as informações mais recentes da empresa ao ECO.
Quando estiver pronta, a 💥️infraestrutura será a maior em Portugal, pensada de raiz para atender às preocupações ambientais que o crescimento acelerado da capacidade de gestão e armazenamento de dados digitais impuseram, mas não é a primeira. A 💥️data center da Altice na Covilhã já é uma referência nesta área. Dos cinco centros de dados que o grupo mantém em Portugal, este já foi desenhado e concebido de raiz a pensar na pegada ambiental.
Como explica 💥️José Maurício Costa, responsável do Gabinete de Direitos Humanos, Sustentabilidade e Inclusão do grupo Altice, o espaço é alimentado 💥️100% por energia proveniente de fontes renováveis. Tira partido de um parque fotovoltaico, que produz a energia necessária para o edifício e de um 💥️sistema de refrigeração que aproveita o ar do exterior e a água da chuva. O calor produzido nas salas do Data Center é reaproveitado para apoio ao aquecimento do edifício de escritórios.
Esta configuração valeu-lhe um 💥️rácio de Eficiência de Utilização Energética (PUE) de 1.25 (considerado muito eficiente) e a 💥️certificação pelo Uptime Institute como Tier III e Leed Platinum, que reconhece o mérito ambiental à infraestrutura, enquanto “edifício com uma visão integrada do seu ecossistema de ciclo de vida”, destaca o responsável.
Energias 100% renováveis
A 💥️Claranet, especialista em soluções de cloud, hosting, redes, segurança e workplace, tem centros de dados distribuídos por duas localizações distintas no país, com uma 💥️capacidade total instalada de cerca de 200 bastidores e aproximadamente 4000 equipamentos.
💥️Bruno Rodrigues, Cloud Platform Director da empresa em Portugal, dá alguns exemplos dos investimentos realizados nos últimos anos nestas infraestruturas e dos resultados já alcançados.
A substituição de equipamentos de armazenamento primário de dados suportados por discos rígidos (mecânicos), por equipamentos de maior densidade que utilizam discos ✅solid state, permitiu diminuir em 15 vezes o consumo energético, para a mesma capacidade de armazenamento.
A empresa tem trabalhado também na reorganização de salas, criando 💥️soluções de contenção de ar e desimpedimento de fluxos, para conseguir reduzir a necessidade de injeção de ar frio nessas salas e o consumo energético.
Entretanto, explica que várias 💥️plataformas de suporte à Claranet Cloud Platform estão a ser substituídas por equipamentos mais recentes, mais eficientes e com suporte para maiores densidades, para reduzir o tempo de serviço. Recorrendo a soluções de software, pôs também em prática 💥️mecanismos para desativar sistemas, em momentos de menor utilização, e distribuir tarefas assíncronas de computação por períodos onde o consumo de energia é menos intensivo.
Paralelamente, tem migrado para fontes de energia renováveis. Desde 2023 que 💥️mais de 75% da energia usada nos data centers em Portugal é fornecida exclusivamente a partir de fontes renováveis. Nas localizações com maior presença essa taxa é de 100%.
Nos próximos anos, a Claranet Portugal quer continuar a trabalhar com parceiros e fornecedores, para passar a 💥️usar apenas energia proveniente de fontes renováveis e conseguir alcançar uma maior eficiência na transferência de energia no interior das salas.
A 💥️migração das empresas para a cloud também acelerou a necessidade de transformação dos prestadores de serviços que suportam essa mudança. Tanto daqueles que desenham, fornecem ou ajudam a gerir o novo portfólio de soluções, como a Claranet, como dos que asseguram as comunicações e os serviços de infraestruturas indispensáveis para fazer circular todos esses dados digitais.
A 💥️Colt Technology Services Portugal tem três centros de competências em Portugal, duas Redes de Área Metropolitana, em Lisboa e Porto, e 💥️830 km de rede de fibra ótica, complementados com 1.700km de rede de longa distância, através da sua IQ Network. A 💥️infraestrutura local da empresa liga 13 centros de dados, mais de 777 edifícios e oito parques industriais em Lisboa, Porto, Oeiras, Sintra, Vila Nova de Gaia e Maia.
💥️Carlos Jesus, Country Manager e VP Global da empresa, explica que o tema da sustentabilidade está a ser endereçado pela companhia há anos, com 💥️metas agressivas que, em alguns casos, seguem até mais adiantadas cá, que no resto do grupo a nível global.
Por exemplo, 💥️em Portugal a Colt já conseguiu atingir a meta de utilizar apenas energia verde nos seus data centers, com certificados de garantia da origem para o data center e nó de comunicações de Carnaxide desde 2023. 💥️Conseguiu também já eletrificar 30% da frota e até 2024 chegará aos 100%, quando a nível internacional ainda só foi possível fazer esta transição com 19% da frota. Até 2025 o objetivo é que 38% dos veículos da companhia, em todo o mundo, sejam elétricos.
Carlos Jesus explica também que que nos últimos anos foram feitos investimentos significativos para a eficiência dos data center da empresa que já dão frutos, como a 💥️substituição dos sistemas de arrefecimento RCU (Room Cooling Unit) para opções mais eficientes, que permitiram reduzir o consumo energético em 10%.
Transformar sistemas de arrefecimento
Esta é aliás uma das medidas mais citadas pelas empresas, pelo enorme impacto que podem ter na fatura energética. A 💥️Vodafone divulgou recentemente que, no inverno,💥️ consegue atingir poupanças na ordem dos 30% nos seus data centers em Portugal, depois de implementar sistemas de ✅free cooling, que puxam ar frio do exterior para refrigerar as salas das máquinas. O sistema é ativado por um mecanismo de verificação da temperatura exterior e pode substituir a produção elétrica de frio, sempre que estão menos de 24º na rua.
créditos: VodafoneVoltando à Colt, “a longo prazo, a 💥️estratégia é criar uma rede ✅lean, verde e modular, através da qual a otimização será contínua”, antecipa Carlos Jesus, adiantando que a estratégia de redução das emissões de carbono é conjunta, entre Colt e Colt DCS. “💥️Estamos focados na redução interna do carbono em todas as nossas operações e serviços. Nesse sentido, medimos e divulgamos o nosso impacto climático e reduzimo-lo”, acrescenta.
Na sequência desta aposta, no final de 2022, a empresa obteve a 💥️classificação Platinum da EcoVadis (a mais elevada), uma entidade de referência a nível mundial na avaliação da sustentabilidade. Conseguiu também a classificação B para o desempenho ambiental, pela Carbon Disclosure Project.
Os próximos passos no plano de descarbonização da Colt passam por 💥️alcançar uma “redução do carbono de 47% até 2030”. A meta de emissões Net-Zero está prevista para 2045.
Um dos maiores players mundiais de infraestruturas digitais e serviços de interconexão, a 💥️Equinix, também está em Portugal. 💥️Lisboa acolhe um dos 245 centros de dados da empresa a nível mundial, com💥️ Carlos Paulino a assumir claramente a importância do país na estratégia global.
“Lisboa assume-se como um hub e ✅gateway estratégico em termos de comunicações submarinas, ligando a Europa a África, América do Sul e Ásia”, refere o managing director, acrescentando que a “o data center da Equinix na capital portuguesa possui conectividade direta com todos os cabos submarinos que aportam a Portugal”. Incluem-se neste leque o EllaLink, Google Equiano e Equinix MainOne.
O International Business Exchange de Lisboa, ocupa um 💥️edifício com mais de 1.475 metros quadrados para ✅colocation. Fornece s💥️erviços de conectividade de rede para mais de 95 clientes empresariais, mais de 45 provedores de redes e 4 Internet Exchanges. “As empresas também podem tirar partido de um ecossistema, que inclui as principais redes globais, provedores de serviços na nuvem, empresas de conteúdos digitais e plataformas de redes sociais”, acrescenta Carlos Paulino.
Os investimentos realizados em Portugal na área da sustentabilidade, como nas restantes operações do grupo, concorrem para a meta fixada de 💥️alcançar a neutralidade carbónica nas operações de data center já em 2030.
Para alcançar o objetivo foi posto em marcha no final do ano passado um novo programa para otimizar o uso de energia na💥️ rede global de centros da empresa, que desde finais de 2023 já recorre em 95% a energias renováveis. Na EMEA, já foi possível chegar aos 100%.
Enquanto avançam as medidas no terreno, o grupo trabalha também no 💥️desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis (incluindo células de combustível ou sistemas líquidos de refrigeração) na Co-Innovation Facility, criada em 2023 nos Estados Unidos.
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