O que TVs com HDMI 2.1 podem fazer? Entenda tecnologia

HDMI 2.1 é a versão comercial mais recente da interface multimídia de alta definição para TVs. Compatível com resoluções 10K e com suporte a 8K em 60 FPS, o HDMI 2.1 é associado também a uma série de novas tecnologias, como o VRR, a taxa de atualização variável, que facilita a televisão a corresponder a uma taxa de quadros de um console. Dessa forma, ele obtém uma resposta mais rápida para jogos e tende a agradar mais os gamers.

1 de 4 TVs top de linha já estão chegando ao consumidor com HDMI 2.1 — Foto: Yuri Hildebrand/TechTudo

TVs top de linha já estão chegando ao consumidor com HDMI 2.1 — Foto: Yuri Hildebrand/TechTudo

Diferenças entre HDMI 2.0 e HDMI 2.1

De uma maneira resumida, a grande diferença que existe entre as duas gerações da tecnologia está na largura de banda transmitida pelos cabos e conectores, ou ainda o volume de dados por segundo que equipamentos ligados via HDMI podem trocar a cada instante.

Enquanto o HDMI 2.0 alcança um limite de 18 Gb/s (gigabits por segundo, equivalente a 2,25 GB/s), o novo padrão pode atingir a marca de 48 Gb/s (ou 6 GB/s), um volume significativamente maior de dados. Toda essa largura de banda possibilita a transmissão de conteúdo em 10K, 8K a 60 quadros por segundo, ou mesmo 4K a 120 Hz. Para comparar, o HDMI 2.0, com seus 18 Gb/s, permite um limite de 4K a 60 FPS.

Além do maior volume de pixels sendo informados a todo instante ao televisor, sobra bastante margem de dados para que informações extras a respeito desses pixels sejam enviadas, como o uso do Dynamic HDR, que proporciona uma maior qualidade de imagem e cores. Além disso, a taxa de atualização variável é um outro exemplo de tecnologia possível de se aplicar em aparelhos compatíveis com o HDMI 2.1.

Novas tecnologias

Recursos como o VRR são relevantes para gamers — Foto: Filipe Garrett/TechTudo 2 de 4 Recursos como o VRR são relevantes para gamers — Foto: Filipe Garrett/TechTudo

Recursos como o VRR são relevantes para gamers — Foto: Filipe Garrett/TechTudo

Até aqui, vimos que o HDMI 2.1 dá conta de um volume maior de dados, e isso tem efeito direto na resolução em duas dimensões. Resulta tanto na escala bruta de pixels na sua tela, mas também naquilo que se designa como resolução temporal — isto é, o quanto de pixels o usuário visualiza dentro de um segundo. Dessa forma, ao assistir a um conteúdo em 4K a 120 FPS, são quase 1 bilhão de pixels a cada segundo segundo.

O que também muda é a qualidade desses pixels. Um efeito prático disso é o suporte ao Dynamic HDR (ou, em tradução livre, "HDR Dinâmico"), que oferece um mapeamento de cor mais preciso para que seja possível alterar os níveis de contraste e realce de cor a cada cena (no HDMI até o 2.0, esse mapeamento é feito num perfil único para todo o material, desconsiderando eventuais oscilações que podem aparecer cena a cena). Esse recurso aprimora a qualidade de imagem em conteúdos compatíveis.

A evolução não se restringe ao HDR. Dispositivos com HDMI 2.1 também têm suporte nativo ao VRR, uma tecnologia extremamente relevante para quem curte games e tem acesso a placas de vídeo de última geração no PC — ou aos novos consoles de Sony e Microsoft.

TVs com HDMI 2.1 podem oferecer suporte ao Dynamic HDR para imagens de maior qualidade — Foto: Yuri Hildebrand/TechTudo 3 de 4 TVs com HDMI 2.1 podem oferecer suporte ao Dynamic HDR para imagens de maior qualidade — Foto: Yuri Hildebrand/TechTudo

TVs com HDMI 2.1 podem oferecer suporte ao Dynamic HDR para imagens de maior qualidade — Foto: Yuri Hildebrand/TechTudo

O VRR (sigla, em inglês, para "Atualização de Taxa Variável") permite que a tela seja sincronizada com a taxa de quadros gerada pelo dispositivo ligado à TV, o tempo de resposta da tela. Dessa forma, se o usuário está reproduzindo um jogo que tem taxa variável e pode oscilar para baixo de 60 FPS, a TV irá também reduzir sua taxa de atualização de forma a igualar ao conteúdo, eliminando as engasgadas e a sensação incômoda criada por instabilidades.

Também há novidades no áudio, já que o maior volume de dados transmitidos por segundo pelo novo HDMI possibilita a aplicação de amostras de som de maior qualidade e com mais canais. Outra novidade que afeta o som no HDMI 2.1 é o eARC: com a nova tecnologia, torna-se possível ligar dispositivos de áudio no televisor para reprodução de som usando apenas um cabo, de forma a transformar a TV em uma espécie de hub sonoro na sua instalação.

É possível imaginar a seguinte situação: o usuário tem um media center ligado por HDMI 2.1 pela TV, mas ele quer que o som saia em uma soundbar ou home theater. A solução é acionar o eARC e distribuir o som diretamente por HDMI nesses acessórios de áudio, sem perda de qualidade, problemas de latência e confusão de cabos.

Fique de olho nas especificações dos produtos

Cabos "48G" serão necessários para tirar o maior proveito do HDMI 2.1 — Foto: Filipe Garrett/TechTudo 4 de 4 Cabos "48G" serão necessários para tirar o maior proveito do HDMI 2.1 — Foto: Filipe Garrett/TechTudo

Cabos "48G" serão necessários para tirar o maior proveito do HDMI 2.1 — Foto: Filipe Garrett/TechTudo

Todas essas novidades tornam o HDMI 2.1 uma tecnologia relevante para quem está hoje no mercado em busca de televisores ou monitores. É importante, no entanto, que o consumidor tenha cuidado quanto a um detalhe: ser compatível com HDMI 2.1 não quer dizer que o aparelho terá necessariamente acesso a todas as tecnologias que o padrão oferece.

Com a popularização do HDMI 2.1, será comum encontrar televisores e monitores que chegam nos 60 Hz apenas, embora a interface dê conta do dobro disso em 4K, por exemplo. Suporte a tecnologias como o VRR é um outro exemplo já aparente no mercado: mesmo televisores top de linha podem dispensar o recurso.

Qualquer cabo HDMI é compatível com o padrão 2.1?

O usuário pode usar dispositivos de diferentes versões do HDMI conectados por qualquer cabo compatível. Isso acontece visto que o protocolo é pensado para garantir compatibilidade com o USB em suas diferentes versões ou mesmo com o Wi-Fi para redes sem fio. No entanto, não será possível acessar todos os recursos do padrão 2.1.

Para ter acesso ao máximo de largura de banda do novo padrão — os 48 Gb/s citados anteriormente — o usuário vai precisar também de cabos que deem conta desse volume de dados. A princípio, esses cabos terão de passar por testes de homologação e devem ganhar também uma nomenclatura comercial nova. No momento, esses cabos são designados como "48G".

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