Street Fighter 6 traz salto de qualidade e agrada em Beta; veja impressões

Street Fighter 6, sequência da popular franquia de jogos de luta da Capcom, teve seu beta fechado realizado neste último final de semana. Previsto para 2023 com versões para PC (Steam), PlayStation 4 (PS4), PlayStation 5 (PS5) e Xbox Series X/S, o game não poupa esforços para evitar todos os problemas do antecessor, e isso fica muito claro já nas primeiras horas de gameplay. A versão trouxe oito personagens jogáveis: Luke, Jamie, Ryu, Chun-Li, Guile, Kimberly, Juri e Ken. Os lutadores E. Honda, Blanka e Dhalsim, confirmados recentemente, acabaram ficando de fora.

Além disso, essa foi a primeira vez que o grande público pôde experimentar o Battle Hub, que concentra as funcionalidades online. Ele é considerado um dos pilares da experiência do game e é algo inédito na franquia, permitindo que até cem jogadores de diferentes plataformas se encontrem, interajam e participem de atividades, trazendo suporte a crossplay. O 💥️TechTudo teve a oportunidade de experimentar o jogo e conta, nas linhas a seguir, tudo sobre Street Fighter 6. Confira:

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Battle Hub de Street Fighter 6 simula um fliperama com estações para jogos e atividades — Foto: Reprodução/Bruno Magalhães 2 de 7 Battle Hub de Street Fighter 6 simula um fliperama com estações para jogos e atividades — Foto: Reprodução/Bruno Magalhães

Battle Hub de Street Fighter 6 simula um fliperama com estações para jogos e atividades — Foto: Reprodução/Bruno Magalhães

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Um espaço para todos

Nos materiais de divulgação oficiais, o Battle Hub parecia algo complicado de entender. Mas, no papel, ele não vai muito além de outros lobbies de jogos do gênero, como os da Arc System Works (Guilty Gear Strive). Ainda assim, o recurso é algo inédito na franquia Street Fighter, que sempre contou com filas de matchmaking baseadas em menus, trazendo ainda algumas novidades bem-vindas e que funcionam muito bem.

Na experiência geral de Street Fighter 6, os jogadores podem criar um avatar com vários parâmetros de customização disponíveis. É o sistema de criação mais robusto já feito pela Capcom, e deu origem a muitos memes nas redes sociais. O personagem criado pelo usuário será utilizado no modo história, o World Tour, que traz um mundo aberto para explorar. No entanto, ele também poderá passear pelos lobbies online e encontrar jogadores de todo o mundo.

Em Street Fighter 6, o Battle Hub sempre destaca as sequências de vitórias dos jogadores em um telão — Foto: Reprodução/Bruno Magalhães 3 de 7 Em Street Fighter 6, o Battle Hub sempre destaca as sequências de vitórias dos jogadores em um telão — Foto: Reprodução/Bruno Magalhães

Em Street Fighter 6, o Battle Hub sempre destaca as sequências de vitórias dos jogadores em um telão — Foto: Reprodução/Bruno Magalhães

Os jogadores têm uma lista com diferentes servidores para selecionar, separados por regiões como América do Sul, América do Norte, Ásia, entre outras. Uma vez que selecionam o desejado, eles entram em um grande salão com várias estações de fliperama espalhadas. Há, ainda, uma loja para comprar itens de avatar, balcão de eventos, um espaço inteiramente dedicado a games antigos que podem ser jogados, como Street Fighter 2 e Final Fight, entre outras áreas.

Os avatares podem realizar diferentes gestos e ações, incluindo golpes de personagens do elenco. Existe também um chat ao vivo para mandar mensagens para todos do servidor, além da possibilidade de conversar de maneira privada ou viajar até um usuário específico. Você também pode tirar fotos, acessar detalhes de outros jogadores, assistir replays e, claro, jogar online. Para isso, existem duas formas: ligar a fila de matchmaking ou duas pessoas podem se sentar em uma mesma cabine para iniciar uma partida.

É possível jogar clássicos da Capcom no Battle Hub, incluindo Street Fighter 2, Final Fight e Magic Sword — Foto: Reprodução/Bruno Magalhães 4 de 7 É possível jogar clássicos da Capcom no Battle Hub, incluindo Street Fighter 2, Final Fight e Magic Sword — Foto: Reprodução/Bruno Magalhães

É possível jogar clássicos da Capcom no Battle Hub, incluindo Street Fighter 2, Final Fight e Magic Sword — Foto: Reprodução/Bruno Magalhães

O mais interessante é que o Battle Hub possui telões que mostram a sequência de vitórias dos jogadores, alimentando um espírito competitivo assim como nos fliperamas de verdade. Caso alguém derrote um jogador em destaque, o telão também mostra o resultado. Por vezes, também acontecem torneios que agitam o lobby inteiro, nos quais qualquer jogador pode se inscrever. As tabelas correm em estações separadas automaticamente pelo jogo, e as finais podem ser assistidas por todos em um telão gigante.

Toda a experiência do Battle Hub se mostrou muito agregadora, e era comum avistar usuários apenas passeando, brincando ou conversando. Caso houvesse algum influenciador ou membro mais conhecido da comunidade, logo todos se juntavam ao redor para formar fila e tentar jogar um pouquinho. Por terem suporte a 100 jogadores, as salas são um pouco pesadas, no entanto.

Experiência online

Street Fighter 6 busca corrigir todos os problemas do seu antecessor, especialmente com relação ao seu código de rede. O jogo faz uso de um rollback netcode de qualidade, permitindo partidas responsivas mesmo contra usuários de outros países, com ping mais elevado. Durante os nossos testes, foram realizadas aproximadamente 400 partidas e apenas cinco delas apresentaram algum problema com travamentos.

É interessante notar que, caso sejam detectados problemas de conexão, é possível solicitar uma desistência logo no primeiro round. Caso o adversário aceite, a luta é anulada e ambos retornam ao lobby. Entre outros detalhes interessantes, está o fato de que os usuários podem jogar em cenários diferentes ao mesmo tempo, com base nas suas configurações de batalha. Isso significa que ninguém mais será obrigado a jogar no estágio de treino.

As batalhas ranqueadas de Street Fighter 6 permitem selecionar onde o jogador deseja calibrar — Foto: Reprodução/Bruno Magalhães 5 de 7 As batalhas ranqueadas de Street Fighter 6 permitem selecionar onde o jogador deseja calibrar — Foto: Reprodução/Bruno Magalhães

As batalhas ranqueadas de Street Fighter 6 permitem selecionar onde o jogador deseja calibrar — Foto: Reprodução/Bruno Magalhães

As partidas ranqueadas também têm uma funcionalidade interessante. Os jogadores podem escolher em qual liga desejam calibrar, precisando encarar dez lutas em sequência para definir um ranque. Isso é interessante para evitar que os iniciantes enfrentem os experientes nos níveis mais baixos. No nosso teste, conseguimos calibrar direto em Platina, pulando ranques como Bronze, Prata e Ouro. Vale notar que os pontos também são separados para cada personagem, assim como acontecia na época de Street Fighter 4.

Todas essas mudanças mostram como a Capcom está preocupada com a qualidade de vida de Street Fighter 6 e levou em consideração todas as críticas ao lançamento anterior, que foi bastante conturbado. Não é exagero dizer que o game traz a melhor experiência online da atualidade em jogos de luta, ainda que em versão Beta.

Gameplay e Drive System

Todos os lançamentos de Street Fighter são representados por alguma mecânica universal, e, dessa vez, o Drive System cumpre esse papel. Ele é composto por seis barras verdes localizadas abaixo da vida, que começam sempre cheias. Através delas, os jogadores têm acesso a cinco técnicas ofensivas e defensivas, cada uma com um custo determinado. Isso significa que os jogadores não são mais recompensados por apanhar, como acontecia em Street Fighter 5 com a mecânica de V-Trigger. Aqui, o segredo é gerenciar a barra com inteligência, pois o personagem entra em exaustão uma vez que ela se esgota.

As partidas giram tanto em torno da manutenção de recursos que até mesmo defender golpes faz com que uma parcela da barra de Drive seja gasta. Logo, há riscos mesmo que o jogador opte por um estilo mais retrancado – o que o obriga uma tomar atitude. O Drive Impact, uma grande investida que absorve até três golpes, é bastante fácil de usar e também rende momentos de tirar o fôlego nas disputas.

Drive System de Street Fighter 6 traz novo dinamismo às partidas e valoriza cautela — Foto: Reprodução/Bruno Magalhães 6 de 7 Drive System de Street Fighter 6 traz novo dinamismo às partidas e valoriza cautela — Foto: Reprodução/Bruno Magalhães

Drive System de Street Fighter 6 traz novo dinamismo às partidas e valoriza cautela — Foto: Reprodução/Bruno Magalhães

Tudo é muito intuitivo e divertido. Os golpes aprimorados, conhecidos como Ex, também dependem dessa barra para serem utilizados. Por sua vez, os Super Especiais são contados em uma barra à parte, no canto inferior da tela.

Em pouco mais de trinta horas de gameplay, ficou claro que Street Fighter 6 é um jogo que valoriza mais o controle de espaço e punições. Existe até mesmo uma nova condição, chamada Punish Counter, que permite conversões em combo nessas situações. Diferente do seu antecessor, a maior parte dos botões normais deixam o jogador em desvantagem quando defendidos, entregando o turno ao adversário. Por isso, é preciso se movimentar bastante na tela e induzir o oponente ao erro, ou seja, apertando botões ao vento, para garantir uma punição.

No fim, o resultado é um jogo mais "pé no chão", que recompensa jogadores com bons fundamentos e paciência. A Capcom caprichou no das interações entre os personagens: é tudo muito satisfatório de jogar e também de assistir. Os belos visuais, que seguem uma linha um pouco mais realista com a RE Engine e emprestam elementos da cultura de rua em seus efeitos, também colaboram para que Street Fighter 6 seja o jogo mais bonito de toda a série até agora.

Conclusão

Street Fighter 6 supera expectativas em teste Beta e promete levar franquia ao seu ponto mais alto em anos — Foto: Reprodução/Bruno Magalhães 7 de 7 Street Fighter 6 supera expectativas em teste Beta e promete levar franquia ao seu ponto mais alto em anos — Foto: Reprodução/Bruno Magalhães

Street Fighter 6 supera expectativas em teste Beta e promete levar franquia ao seu ponto mais alto em anos — Foto: Reprodução/Bruno Magalhães

Pelo teste Beta, Street Fighter 6 tem plenas condições de ser um dos melhores jogos de luta de todos os tempos. O game tem o público casual no centro, oferecendo modalidades e formas de interação que saltam aos olhos de quem está fora da bolha de títulos do tipo. Isso se traduz na presença de comandos modernos, com simplificados para fazer golpes bonitos com poucos botões. Isso sem mencionar as opções de acessibilidade robustas, como a possibilidade de aplicar sons para situações específicas para auxiliar pessoas com deficiência visual, por exemplo.

Fica claro em cada canto que há muito carinho envolvido no projeto. A atenção aos detalhes é bem interessante, incluindo referências a títulos anteriores. O especial de duas barras de Ken remete ao Street Fighter 3rd Strike, por exemplo, enquanto a música que Kimberly escuta em seu toca-fitas no especial de três barras ganha um vocal, caso o golpe seja feito uma segunda vez durante a partida. São coisas pequenas, mas que agregam muito ao produto final.

O Beta de Street Fighter 6 vai além do que se esperava, entregando um game que supera o antecessor Street Fighter V, como uma espécie de "pedido de desculpas" da Capcom aos fãs. A boa notícia é que tudo parece estar em ordem para o lançamento oficial do game, em 2023.

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