Cinco formas de manter crianças e adolescentes seguros na Internet

Crianças e adolescentes podem estar sujeitos a diversos riscos na Internet. Com o crescimento do uso das telas pelos menores, crescem também os perigos relacionados ao uso indevido das redes sociais. Segundo dados da TIC Kids Online Brasil em 2023, 78% de jovens entre 9 a 17 anos estão presentes nessas plataformas. Felizmente existem aplicativos e funções nas redes sociais para que os pais possam monitorar a atividade virtual de seus filhos e mantê-los protegidos. Utilizar o Google Family Link ou os recursos parentais do Instagram e do TikTok, por exemplo, são boas práticas para ajudar as crianças a usar a Internet de modo saudável.

Desafios virais perigosos, aliciadores online que entram em contato com para obter vantagens sexuais e cyberbullying são apenas alguns dos perigos que as crianças podem encontrar no meio virtual. Confira, nas próximas linhas, os principais perigos da Internet e maneiras de proteger crianças e adolescentes dos riscos online.

    1 de 7 Crianças estão expostas a diversos riscos online; saiba como protegê-las — Foto: Mckaela Taylor/Unsplash

    Crianças estão expostas a diversos riscos online; saiba como protegê-las — Foto: Mckaela Taylor/Unsplash

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    Perigos que as crianças enfrentam online

    1. Desafios virais perigosos

    Alguns jogos disseminados nas redes sociais entre crianças e adolescentes podem provocar sérias consequências — os mais graves podem levar até a fim mais trágicos. Desafios como o da Baleia Azul, da camisinha e do desodorante ficaram famosos na Internet e vitimaram alguns jovens pelo mundo.

    O desafio da baleia azul incitava os jovens a realizar “missões” que incluíam tarefas como automutilar-se, tirar fotos assistindo a filmes de terror e, por fim, suicidar-se. Os desafios, que começaram em 2015 em redes sociais da Rússia, levaram à morte de muitos menores. Até meados de 2017, grupos com incitação aos jogos mortais permaneciam ativos.

    Depois desse período, os jogos da baleia azul deram lugar ao desafio da Momo, que tinha características muito semelhantes. Assim como no desafio da baleia, as mensagens eram intimidatórias e incluíam ameaças, como morte de familiares, caso os desafios não fossem cumpridos.

    Desafio #toilettok do TikTok tem drinks preparados na privada do banheiro — Foto: Reprodução/TikTok 2 de 7 Desafio #toilettok do TikTok tem drinks preparados na privada do banheiro — Foto: Reprodução/TikTok

    Desafio #toilettok do TikTok tem drinks preparados na privada do banheiro — Foto: Reprodução/TikTok

    Também nos anos 2010, o "desafio da camisinha" levava jovens a encher o látex com água e derrubá-lo na cabeça de outra pessoa, de forma que o preservativo ficasse preso no rosto e pescoço do segundo participante. A prática podia levar à asfixia.

    Com a ascensão das redes de vídeos curtos, como o TikTok, desafios perigosos ganharam um potencial de viralização ainda maior. Na pandemia de Covid-19, brincadeiras como o “Drink de Privada”, que usava o vaso sanitário como recipiente para a realização de bebidas, e o “Frango Sonolento”, que consistia em comer a carne “temperada” com xarope para gripe, foram apresentadas como forma de distração durante o isolamento e adotadas por muitas crianças e jovens.

    Em 2022, houve a viralização do desafio do desodorante, que consistia em inalar o produto pelo máximo de tempo possível. A prática pode levar a uma parada cardiorrespiratória, já que a composição básica do item de higiene é álcool, alumínio e gases como isobutano, butano e propano. Em excesso, a mistura química pode asfixiar e matar. Em agosto, um menino de dez anos morreu após inalar o aerossol dentro de um guarda-roupa.

    2. Cyberbullying

    O bullying é a prática de humilhar, intimidar, agredir ou difamar uma pessoa. No caso do cyberbullying, a situação acontece virtualmente e, apesar de atingir qualquer faixa etária, é comum que o problema ocorra em maior proporção entre crianças e adolescentes. A agressão pode ser feita de diversas formas, seja por meio de imagens constrangedoras, memes, xingamentos ou divulgação de notícias falsas sobre a pessoa.

    Segundo pesquisa realizada em 2023 pela UNICEF, 37% dos adolescentes brasileiros já foram vítimas de ofensas nas redes sociais. Outros 36% afirmaram que já faltaram à escola por terem sofrido cyberbullying por colegas de sala de aula. O relatório também destacou que um em cada três jovens em 30 países já sofreu com o bullying virtual. As consequências psicológicas dos ataques podem ser diversas, incluindo isolamento social, depressão, síndrome do pânico e transtornos de ansiedade.

    Cyberbullying pode gerar traumas diversos para as crianças — Foto: Reprodução/Pexels 3 de 7 Cyberbullying pode gerar traumas diversos para as crianças — Foto: Reprodução/Pexels

    Cyberbullying pode gerar traumas diversos para as crianças — Foto: Reprodução/Pexels

    3. Exposição a pedófilos e pessoas mal intencionadas

    Outra prática comum na Internet é o aliciamento online. Com o objetivo de obter vantagens sexuais de crianças e adolescentes, pedófilos se escondem por trás de perfis fake e adotam diferentes estratégias para se aproximar dos menores. Por meio de redes sociais e jogos online, eles passam semanas ou meses construindo uma amizade com a vítima, para conquistar sua confiança. Quando isso ocorre, pedidos inapropriados começam a surgir. O abusador pode tanto solicitar imagens íntimas à criança quanto enviar fotos sexuais de si mesmo.

    A ação está diretamente ligada à pornografia infantil, que é caracterizada pela prática de produção, publicação, venda, compra e/ou armazenamento de conteúdo que envolva uma criança em atividades sexuais explicitas, reais ou simuladas. De acordo com dados da Safernet, entidade de defesa dos Direitos Humanos na Internet, apenas entre janeiro e abril de 2023, mais de 15 mil denúncias relacionadas à pornografia infantil foram feitas ao site de registros da ONG. O número é 33,45% maior que o ano anterior.

    Como proteger as crianças online

    1. Não permita o uso de redes sociais antes da idade mínima exigida pelas plataformas

    A maioria das plataformas instituem uma idade mínima para que o usuário possa se cadastrar e usufruir dos serviços. TikTok, Instagram, Facebook e WhatsApp, por exemplo, proíbem que crianças abaixo de 13 anos usem as plataformas. O motivo é que elas podem estar mais vulneráveis a aliciadores e conteúdos inapropriados. Por isso, o ideal é sempre verificar os Termos de Uso e Política de Privacidade do aplicativo ou site em que a criança ou adolescente está se cadastrando para que não haja riscos.

    2. Use o Google Family Link ou outros apps de controle parental

    Alguns aplicativos disponíveis na Google Play Store e App Store permitem monitorar o uso do celular pelas crianças. Com o Google Family Link, por exemplo, é possível definir tempo limite de uso do aparelho e de aplicativos, bloquear o telefone à noite ou quando desejar, analisar a quantidade de tempo usado em cada app e rastrear a localização usando o GPS. Além disso, a ferramenta também possibilita ocultar apps e bloquear downloads na Play Store. Para ter acesso ao Family Link, é necessário criar uma conta Google para o pequeno ou adolescente e estar com o celular que fará o monitoramento por perto no momento da configuração.

    Google Family Link permite monitorar o uso de apps no celular de crianças — Foto: Helito Bijora/TechTudo 4 de 7 Google Family Link permite monitorar o uso de apps no celular de crianças — Foto: Helito Bijora/TechTudo

    Google Family Link permite monitorar o uso de apps no celular de crianças — Foto: Helito Bijora/TechTudo

    Outros serviços disponíveis para Android e iPhone (iOS) também apresentam recursos semelhantes, como o AppBlock, que permite bloquear chamadas, vídeos, fotos, apps etc. Também há o Life360 e o GPS Rastreador de famílias Kids Control, que monitoram a geolocalização do menor, além do Controle Parental Screen Time, que verifica os assuntos pesquisados e acessados pela criança em sites e redes sociais.

    3. Aproveite os recursos de controle parental no Instagram e TikTok

    Instagram e TikTok apresentam uma área específica para pais e cuidadores monitorarem o uso dos jovens nas plataformas. No TikTok, é possível usar a função “Pareamento familiar”, que oferece diversos recursos de controle parental. Ela permite ativar limites de horários e definir pausas temporárias, bem como conteúdos inadequados e filtrar comentários. Nesta última modalidade, o responsável pode analisar previamente o conteúdo, optando por deixá-lo ou não visível para o adolescente.

    Para ter acesso ao controle parental do TikTok, basta ir ao perfil na rede, tocar nas três linhas horizontais no canto superior da tela e pressionar “Configurações e privacidade”. Depois, vá em “Emparelhamento familiar” e, em seguida, em “Pais”. Um QR Code será gerado para que o pareamento entre os dois celulares seja feito.

    Ferramentas de controle parental permitem monitorar acesso dos filhos no Instagram — Foto: Divulgação/Instagram 5 de 7 Ferramentas de controle parental permitem monitorar acesso dos filhos no Instagram — Foto: Divulgação/Instagram

    Ferramentas de controle parental permitem monitorar acesso dos filhos no Instagram — Foto: Divulgação/Instagram

    O Instagram, por sua vez, permite que os pais controlem o acesso à plataforma por meio da "Central da Família". No espaço, é possível analisar dados sobre a quantidade de tempo que o jovem passa na rede, definir limites de horários para que o app seja usado e ser notificado quando a pessoa recebe novos seguidores. Por lá, também se pode verificar quando o adolescente denunciar uma conta ou publicação.

    Para ativar a Central da Família no Instagram, o responsável deve utilizar a própria conta na rede e tocar em seu perfil. Em seguida, é necessário pressionar as três barras horizontais e ir em “Configurações” > “Supervisão” > “Adicionar conta”. Depois, um link será gerado para ser enviado ao adolescente, que deverá abri-lo para realizar o emparelhamento.

    4. Defina períodos de uso do celular e redes sociais

    Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o tempo de uso do aparelho deve ser definido conforme a faixa etária. Para bebês e crianças de até dois anos, é desaconselhada a exposição a qualquer tipo de tela. "O olhar e a presença da mãe/pai/família é vital e instintivo como fonte natural dos estímulos e cuidados do apego e não podem ser substituídos por telas e tecnologias", informa a SBP.

    Dos dois até aos cinco anos, a orientação é que o limite de tempo seja de até uma hora por dia. Entre seis e dez anos, esse período é limitado a duas horas. Já dos 11 aos 18, o indicado pelos especialistas é que o jovem acesse até três horas por dia, no máximo.

    Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda tempo limite para uso das telas, de acordo com faixa etária — Foto: Reprodução/Pexels 6 de 7 Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda tempo limite para uso das telas, de acordo com faixa etária — Foto: Reprodução/Pexels

    Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda tempo limite para uso das telas, de acordo com faixa etária — Foto: Reprodução/Pexels

    5. Crie um perfil infantil na Netflix

    A Netflix apresenta uma opção de controle parental que permite restringir o tipo de conteúdo visualizado pelas crianças. O recurso cria um perfil específico para o pequeno e exibe filmes, séries e desenhos, de acordo com a classificação etária da criança. Além disso, responsáveis podem bloquear títulos e gerar uma senha de acesso, para que apenas quem tiver o código consiga liberar o streaming.

    Netflix tem ferramentas de controle parental — Foto: Fernando Telles/TechTudo 7 de 7 Netflix tem ferramentas de controle parental — Foto: Fernando Telles/TechTudo

    Netflix tem ferramentas de controle parental — Foto: Fernando Telles/TechTudo

    Outra possibilidade é configurar o serviço para que esteja disponível, no perfil do menor, apenas conteúdos com classificação livre. Para adolescentes, o serviço pode ser ajustado com classificação indicativa de filmes e séries para até 16 anos, por exemplo. Todas essas restrições e configurações podem ser feitas pelo aplicativo ou site da plataforma.

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