Entenda por que TVs 8K podem sumir dos países da União Europeia

A União Europeia pode estar prestes a acabar com a venda de TVs 8K. Isso porque a Comissão lançou uma novo regulamento para equilibrar o consumo de energia, reduzindo o nível máximo de eletricidade que os aparelhos podem gastar. Atualmente, não há nenhum televisor 8K no mercado que se encaixe no novo limite máximo permitido, o que pode levar ao banimento da tecnologia nos 27 países que compõem o bloco.

A medida entrará em vigor em 1º de março de 2023, quando será proibido o comércio de televisores que não se encaixam nos novos padrões. A medida também afetará outras TVs de alto rendimento, como modelos QD-OLED de 65 polegadas da Samsung e Sony, assim como a N95B 4K QLED, também da Samsung.

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1 de 2 Nova regulamentação pode proibir venda de TVs 8K na União Europeia em 2023 — Foto: TechTudo/Anna Kellen Bull

Nova regulamentação pode proibir venda de TVs 8K na União Europeia em 2023 — Foto: TechTudo/Anna Kellen Bull

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Novas regras da UE podem impactar TVs 8K no resto do mundo

A regulamentação não proíbe textualmente TVs 8K. A questão é que, na prática, os limites de consumo energético impostos inviabilizam a produção desse tipo de display, que possui quatro vezes mais pixels do que uma tela 4K.

Alguns modelos atuais superam em 300% o máximo estabelecido pela nova norma. Isso significa que as fabricantes teriam que criar tecnologias novas e reformular toda a produção, o que certamente não pode ser feito a curto prazo.

Por motivos de viabilidade financeira, as marcas não costumam criar uma linha de produção para a Europa e outra para o restante do mundo. Assim, é razoável pensar que a solução a ser adotada para vender televisores na UE será reproduzida globalmente, incluindo o Brasil.

2 de 2 Banimento de TVs 8K na Europa pode afetar o mundo todo — Foto: Anna Kellen Bull/TechTudo

Banimento de TVs 8K na Europa pode afetar o mundo todo — Foto: Anna Kellen Bull/TechTudo

Possíveis soluções

Ainda não se sabe quais medidas as fabricantes vão adotar para contornar a situação. Uma das ideias vigentes é que seja criada uma espécie de "modo de imagem UE", que seria definido por padrão nas TVs comercializadas na região. Mas a solução é alvo de críticas, sobretudo porque os europeus comprariam uma TV 8K sem poder usufruir da qualidade de imagem.

Outra possibilidade é implementar um recurso semelhante ao "Tem alguém assistindo?", da Netflix. A função, proposta pelo site especializado , solicitaria que os usuários clicassem em um botão no controle remoto a cada hora. Caso não realizassem a ação, o aparelho seria desligado.

Por que a União Europeia está mudando a regulamentação energética?

A mudança nas diretrizes energéticas faz parte do que a Comissão Europeia está chamando de "ferramenta de emergência de eletricidade", criada para lidar com a crise energética no continente. Entre outros fatores, a situação foi causada pela guerra entre Ucrânia e Rússia, iniciada em fevereiro.

A Rússia, que fornecia 40% do gás usado na Europa, cortou o abastecimento após a EU declarar apoio à Ucrânia. Com isso, os preços do combustível, que já estavam em alta desde ao início da pandemia de Covid-19, subiram 50% ao ano.

O plano de economia de eletricidade abrange os mais diversos aspectos do dia a dia. Na França, por exemplo, a Torre Eiffel está tendo sua iluminação desligada 1h15 antes do horário convencional, enquanto a avenida Champs-Élysées terá suas luzes apagadas três horas antes a partir de 15 de outubro.

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