O que é 'digital twin'? Como o metaverso pode digitalizar as indústrias

O metaverso já pode ser uma realidade nas indústrias. Pelo menos é isso que a Siemens afirma. A empresa alemã está comemorando seus 175 anos e aproveitou a data para apresentar o Siemens Xcelerator, uma plataforma que promete acelerar o processo de digitalização das indústrias usando os chamados "" (que significa "gêmeos digitais", em tradução do inglês para o português). Para entender como a Internet das Coisas, softwares e a realidade virtual estão sendo usadas nas fábricas, o 💥️TechTudo foi até a sede da companhia, que fica em Berlim, Alemanha.

Ao primeiro olhar, o assunto “digitalização da Indústria” parece complexo. Afinal, como o metaverso pode ser usado em fábricas que produzem carros, aparelhos eletrônicos, no setor de mobilidade e até na área da saúde? Entenda a seguir.

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TechTudo foi até Berlim, na Alemanha, conhecer a plataforma Siemens Xcelerator — Foto: Tainah Tavares/TechTudo 1 de 3 TechTudo foi até Berlim, na Alemanha, conhecer a plataforma Siemens Xcelerator — Foto: Tainah Tavares/TechTudo

TechTudo foi até Berlim, na Alemanha, conhecer a plataforma Siemens Xcelerator — Foto: Tainah Tavares/TechTudo

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O que é o Siemens Xcelerator?

O Siemens Xcelerator é uma plataforma recém-lançada que oferece uma série de hardwares e softwares habilitados para IoT (Internet das Coisas). A promessa é que o serviço, voltado para as indústrias, aproxime quem trabalha na operação das fábricas (tecnologia operacional, OT) do universo da Tecnologia da Informação (TI). “A plataforma abre espaço para trazer o mundo de TI para o mundo de OT”, defendeu o CEO global de Automação Industrial da Siemens Rainer Brehm em entrevista ao 💥️TechTudo.

A plataforma tem inúmeras funcionalidades. Ela permite criar hardwares, aplicativos e softwares personalizados para as necessidades que as empresa tiverem no seu processo de produção. Como exemplo prático, a ferramenta permite simular peças de um novo carro e escolher a melhor matéria-prima para usar nelas. “Com o Siemens Xcelerator, estamos dando o próximo passo lógico para acelerar ainda mais a transformação digital da indústria, disponibilizando tudo o que é necessário para tornar a indústria resiliente diante de um mundo em constante mudança”, defende Rainer.

Siemens Xcelerator promete aproximar quem trabalha na operação das fábricas do universo da tecnologia da informação — Foto: Tainah Tavares/TechTudo 2 de 3 Siemens Xcelerator promete aproximar quem trabalha na operação das fábricas do universo da tecnologia da informação — Foto: Tainah Tavares/TechTudo

Siemens Xcelerator promete aproximar quem trabalha na operação das fábricas do universo da tecnologia da informação — Foto: Tainah Tavares/TechTudo

O que são gêmeos digitais? Entenda como a “mágica acontece"

A expressão foi uma das mais usadas pelos executivos da empresa ao apresentarem o Siemens Xcelerator. O conceito nada mais é do que uma projeção digital de algo real. “Ele é uma representação virtual de um sistema ou processo físico do mundo real, que pode ser usada para fins práticos”, definiu Rainer.

Esse gêmeo digital pode ser uma projeção do novo celular que está sendo desenvolvido pela sua fabricante favorita, por exemplo, ou do carro que está sendo planejado por aquela montadora de sucesso. “Em vez de construir um protótipo no mundo real usando recursos valiosos, você pode projetar, simular e otimizar múltiplas variações de seu produto no mundo digital e acertar o produto primeiro, antes de produzir a sua versão física. Tudo isso acontece em uma fração do tempo que levava antes”, detalha o executivo, que defende que esse processo de produção virtual deve possibilitar que produtos eficientes sejam produzidos com menor custo, mais velocidade e de maneira mais sustentável.

Depois de criar diversas versões digitais do produto e otimizá-las, a fabricante chegará ao seu protótipo ideal e finalmente produzir o seu gêmeo físico - o celular ou o carro que será comercializado e você poderá comprar. O conceito promete ser a vanguarda do metaverso industrial.

Digital twin de um carro: projeção virtual de produtos promete viabilizar processos de produção mais eficazes e sustentáveis — Foto: Tainah Tavares/TechTudo

O metaverso industrial já é uma realidade?

Segundo a Siemens, as suas soluções para digitalizar a indústria já podem ser usadas em diversos setores, nos mais diversos lugares. “O Siemens Xcelerator funciona em qualquer lugar do mundo, para qualquer setor, para qualquer empresa de qualquer tamanho”. E, de fato, não faltaram exemplos de aplicabilidades da digitalização industrial no evento em Berlim.

Diversas soluções desenvolvidas via Xcelerator para os setores de transporte público, construção civil e saúde foram apresentadas. A Siemens também anunciou uma parceria com a Volta Trucks, fabricante que começa a produzir os primeiros caminhões elétricos do mundo. O que chamou mais atenção, no entanto, foi o Siemensstadt, o projeto de cidade sustentável da empresa alemã. O bairro, localizado em Berlim, abriga a sede da Siemens, bem como casas para os seus funcionários e estabelecimentos comerciais. Agora, a companhia quer transformar a área em uma “cidade do futuro”: os seus mais 73 hectares vão ser palco de testes de soluções digitais para diferentes indústrias.

Siemensstadt: cidade do futuro da Siemens deve ficar pronta até 2030 — Foto: Tainah Tavares/TechTudo 3 de 3 Siemensstadt: cidade do futuro da Siemens deve ficar pronta até 2030 — Foto: Tainah Tavares/TechTudo

Siemensstadt: cidade do futuro da Siemens deve ficar pronta até 2030 — Foto: Tainah Tavares/TechTudo

O projeto - que já está sendo desenvolvido enquanto gêmeo digital - vai ser viabilizado por mais de 1,5 bilhão de euros (cerca de R$ 7,8 bilhões em conversão direta) e deve ser concluído apenas em 2030. O custo alto do investimento, assim como a sua projeção de lançamento apenas para 2030, demonstram que o metaverso aplicado ao ambiente industrial já existe, mas caminha a passos lentos até em países desenvolvidos.

Vale destacar, por fim, que a aplicação dessas tecnologias nas indústrias estão concentradas no mercado europeu e norte-americano até agora. No Brasil, a importação desses recursos ainda está em fase embrionária.

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