iPhone gera alarmes falsos e preocupa países onde é inverno

A nova tecnologia de detecção de acidentes do iPhone tem causado polêmica nas últimas semanas por causa dos alarmes falsos. Cresceram as queixas de problema com a ferramenta em países do Hemisfério Norte, onde é inverno, principalmente por causa das falhas quando o celular da Apple é usado por pessoas em motos de neve, também chamadas de snowmobile. Autoridades perceberam aumento das ligações automáticas avisando sobre acidentes que, na realidade, não ocorreram.

Os desdobramentos do uso da tecnologia começaram a tomar forma já em meados de dezembro, primeira vez em que a detecção de acidente foi posta à prova numa temporada de gelo. O resultado, por ora, tem sido a preocupação de agentes sobre a alta incidência de alarme falso.

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2 de 3 Detecção de acidente está no iPhone 14 Pro e Pro Max — Foto: Divulgação/Apple

Detecção de acidente está no iPhone 14 Pro e Pro Max — Foto: Divulgação/Apple

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Para entender a situação, é preciso recapitular o funcionamento da ferramenta. Dispositivos como o iPhone e o Apple Watch combinam informações provenientes de sensores como acelerômetro, giroscópio, GPS e microfone para perceber mudanças suspeitas de velocidade e localização. Se o resultado indicar a possibilidade de um acidente, o aparelho emite um alerta sonoro por cerca de 20 segundos. Caso o usuário não tome nenhuma atitude, o aparelho telefona para a emergência.

Ao contatar os responsáveis pelo resgate, o telefone ou relógio dispara a seguinte frase: “o dono deste iPhone sofreu um grave acidente de carro e não está respondendo ao telefone”. Em seguida, passa orientações da localização para que cheguem até a região estimada.

Embora a funcionalidade contemple o iPhone 14 Pro e o iPhone 14 Pro Max, bem como o Apple Watch 8, o Apple Watch SE 2022 e também o Apple Watch Ultra, ela está disponível apenas para algumas localidades, como regiões da América do Norte. Até agora não se sabe se ela será lançada no Brasil.

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A tecnologia tem dividido opiniões nos Estados Unidos e no Canadá. O condado de Pitkin, no Colorado, registra cerca de 20 ligações de emergência diárias, das quais 15 são provenientes de iPhones indicando possíveis acidentes. O condado de Cook, em Illinois, contabilizou cerca de 700 ligações falsas para o 911, número de emergência, em 2022.

Um dos casos mais emblemáticos ocorreu em uma província canadense, onde uma chamada gerada por um dispositivo da Apple desencadeou uma busca elaborada, com sobrevoo de helicóptero e investigação de oficiais na região. Toda a movimentação foi gerada por um engano do iPhone, que acionou o alerta automático acionado de dentro de uma moto de neve.

Apesar dos falsos-positivos, a tecnologia passou por uma série de testes, como sugere um documento da empresa: “A Apple validou o desempenho do sensor e do algoritmo usando um amplo mundo real e acidentes de carro simulados, permitindo que o recurso detecte o maior número possível de acidentes graves, minimizando falsos positivos”.

3 de 3 iPhone 14 Pro — Foto: Thássius Veloso/TechTudo

iPhone 14 Pro — Foto: Thássius Veloso/TechTudo

Mesmo assim, a expectativa é de que a gigante de Cupertino desenvolva uma atualização capaz de corrigir as brechas apontadas. É o que espera Brett Loeb, diretor de um dos centros que recebem as chamadas de emergência em Pitkin. Segundo o agente, a fabricante disse estar ciente do problema e afirmou que estava trabalhando numa correção prevista para o primeiro trimestre de 2023.

Vale ressaltar que, na contramão da maior parte dos casos, houve, sim, a consolidação de resgates bem-sucedidos que contaram com a ajuda da detecção de acidentes. Apesar de serem pouco evidenciados ante a grande quantidade de alertas falsos, esta ferramenta pode vir a ser uma tecnologia potencialmente positiva com os futuros ajustes.

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