Desnutrição crónica recuou 10% em Moçambique numa década.pt - Ú
"Estamos a falar de uma redução nos últimos dez anos de cerca de 10% (...), mas o desejável era que não tivéssemos desnutrição crónica, disse a secretária executiva do SETSAN, Leonor Mondlane, durante uma cerimónia que assinala o dia Mundial da Alimentação.
A responsável acrescentou que apesar dos "bons resultados", cerca de três milhões de moçambicanos enfrentam crise alimentar aguda.
"Este número corresponde a 28% da população dos 65 distritos abrangidos e que corresponde a 9% da população moçambicana, dos quais cerca de 5% estão em situação de emergência", referiu Leonor Mondlane.
De acordo com a SETSAN, o Governo moçambicano, através de várias estratégias políticas, tem estado a desenhar planos operacionais com corredores específicos visando assegurar a disponibilidade alimentar em todo o país.
"Apesar dos progressos alcançados, muitas pessoas continuam excluídas dos sistemas alimentares adequados devido a conflitos, choques climáticos, desigualdade económica e fraca governação", disse, na mesma ocasião, José Fernandez, representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
Pelo menos 3.175 crianças que sofriam de desnutrição aguda grave na província moçambicana de Sofala recuperaram desse estado nos últimos quatro anos, de 3.600 identificadas, segundo dados divulgados em junho na Beira pela Unicef.
"Conseguimos, neste programa, recuperar da desnutrição um total de 3.175 crianças e isto representa uma taxa de recuperação de desnutrição aguda grave de 91%", explicou a representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Dezi Mahotas, à margem da primeira sessão do comité de direção do programa que pretende "melhorar a nutrição infantil" nos distritos mais afetados pelo ciclone Idai, que atingiu o centro de Moçambique em 2023.
A secretária executiva do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN), Leonora Monjane, afirmou na altura que nos últimos dez anos, a taxa de desnutrição crónica em crianças menores de 5 anos de idade cifrava-se em 43%, notando que são níveis que continuam muito altos no país.
"Pretendemos encontrar medidas corretivas e preventivas para este cenário. Sabemos também que Sofala, com o ciclone Idai, criou mais problemas de segurança alimentar, [pelo que] regredimos [no] indicador de segurança alimentar", acrescentou.
Ainda assim, sublinhou: "Notamos com satisfação o alinhamento dos objetivos deste programa, que é de melhorar o estado nutricional das crianças de 0 a 5 anos de idade e de mulheres grávidas e lactantes, com as políticas e estratégias de segurança alimentar nutricional".
PVJ // ANP
Lusa/Fim
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