Como será a “morte” da Terra? Novo estudo revela visão alarmante daqui a milhares de milhões de anos &#8

Astrónomos descobriram um planeta distante, semelhante à Terra, que oferece uma visão alarmante de como o nosso planeta poderá parecer dentro de milhares de milhões de anos. Este exoplaneta, outrora possivelmente habitável, orbitava uma estrela que passou por uma morte violenta, deixando o planeta à deriva no espaço.

De acordo com alguns estudos, o nosso Sol iniciará o seu processo de morte daqui a cerca de mil milhões de anos, o que poderá levar a Terra a um destino semelhante ao deste planeta recém-descoberto. Este sistema planetário está localizado a cerca de 4.000 anos-luz da Terra, perto do bojo central da Via Láctea, o que equivale a aproximadamente 23 quadriliões de milhas.

A descoberta deste sistema planetário remonta a 2023, mas foi recentemente reanalisada por uma equipa de astrónomos da Universidade da Califórnia, em Berkeley, utilizando o telescópio Keck de 10 metros no Havai. O estudo concluiu que este planeta do tamanho da Terra orbita uma estrela anã branca — o núcleo denso e quente de uma estrela que já morreu.

Antes da morte da estrela, este sistema planetário pode ter sido muito semelhante ao nosso, com o planeta possivelmente a suportar vida há milhares de milhões de anos. Contudo, atualmente, este planeta rochoso e estéril está fora da zona habitável da anã branca, ou seja, a região em torno de uma estrela onde a vida poderia existir.

O destino deste exoplaneta poderá ser uma previsão do que acontecerá à Terra no futuro. Acredita-se que o nosso Sol terá mais cerca de mil milhões de anos de vida, mas, eventualmente, também passará pelo mesmo processo de morte, que vaporizará os oceanos terrestres e duplicará o raio orbital do planeta. No entanto, isso apenas ocorrerá se o Sol, ao expandir-se, não engolir a Terra no processo.

Quando o Sol entrar na sua fase de gigante vermelha — a última fase antes da sua morte —, ele começará a inchar como um balão, engolindo e destruindo os planetas mais próximos, como Mercúrio e Vénus. Simultaneamente, a massa em declínio do Sol fará com que os planetas sobreviventes, como a Terra, ampliem as suas órbitas.

Este cenário poderá dar à Terra uma pequena chance de sobreviver. Contudo, é possível que o nosso planeta também seja engolido durante esta fase. 💥️“Não existe atualmente um consenso sobre se a Terra conseguirá evitar ser engolida pelo Sol gigante vermelho,” afirmou Keming Zhang, principal autor do estudo e investigador da Universidade da Califórnia, em San Diego.

Zhang explicou ainda que, independentemente desse cenário, 💥️“o planeta Terra será habitável apenas por mais cerca de mil milhões de anos, altura em que os oceanos da Terra serão vaporizados por um efeito de estufa descontrolado, muito antes do risco de ser engolida pela gigante vermelha.”

A transição final do Sol

O Sol, daqui a cerca de oito mil milhões de anos, completará a sua transformação final para se tornar uma anã branca. Durante este processo, as suas camadas exteriores serão dispersas, restando apenas um núcleo denso e incandescente, com o tamanho da Terra, mas mantendo a sua massa original.

Se a Terra sobreviver à fase de gigante vermelha, ficará numa órbita muito mais distante do que a sua localização atual, movendo-se para fora da zona habitável da anã branca.

💥️“Este sistema que Keming descobriu é um exemplo de um planeta — provavelmente semelhante à Terra, com uma órbita parecida à nossa — que sobreviveu à fase de gigante vermelha da sua estrela hospedeira,” explicou Jessica Lu, coautora do estudo e professora associada de astronomia na Universidade da Califórnia, em Berkeley.

Observação e análise do sistema planetário

Os investigadores publicaram as suas descobertas na revista ✅Nature Astronomy. O sistema planetário foi observado pela primeira vez em 2023, quando passou em frente a uma estrela mais distante, ampliando a luz desta em mil vezes — um fenómeno conhecido como “evento de microlente”.

Durante um evento de microlente, a gravidade de um sistema planetário atua como uma lente, focando e ampliando a luz da estrela de fundo. Investigadores da Rede de Telescópios de Microlentes da Coreia analisaram este evento e determinaram que o sistema é composto por uma estrela com cerca de metade da massa do Sol, um planeta do tamanho da Terra e outro planeta massivo, 17 vezes maior que Júpiter.

Além disso, os dados sugerem que a distância entre o planeta do tamanho da Terra e a sua estrela é semelhante à distância entre a Terra e o Sol. No entanto, a equipa original não conseguiu identificar o tipo de estrela que os planetas estavam a orbitar.

Para responder a essa pergunta, Zhang, Lu e o seu colega Joshua Bloom, professor de astronomia em Berkeley, reanalisaram o sistema usando o telescópio Keck II, três anos após o evento de microlente. Como o brilho da estrela de fundo já havia desaparecido, a estrela “lente” — a estrela do sistema planetário — deveria ter sido visível. No entanto, os investigadores não viram nada.

💥️“Um estrela normal teria sido facilmente detetada. O facto de não a conseguirmos ver, combinado com outros detalhes conhecidos sobre a estrela lente, levou-nos a concluir que só poderia ser uma anã branca,” explicou Lu.

Este estudo oferece não apenas uma visão única sobre o futuro da Terra e do Sol, mas também destaca a importância de estudar eventos de microlente. 💥️“A microlente transformou-se numa forma muito interessante de estudar outros sistemas estelares que não podem ser observados e detetados pelos métodos convencionais,” disse Joshua Bloom.

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