Tufão mais forte do ano causou pelo menos três mortos no sul do Japão 24
Antes da chegada do tufão Shanshan, as fortes chuvas já tinham provocado, na noite de terça-feira, um deslizamento de terras que soterrou uma casa em Gamagori, no centro do Japão, matando três pessoas da mesma família e ferindo outras duas, de acordo com o departamento de gestão de catástrofes da cidade costeira.
As autoridades do departamento de Miyazaki disseram à agência de notícias France-Presse que foram registados 26 feridos — incluindo dez causados por um tornado — e mais de 150 edifícios danificados.
A maioria dos ferimentos foi causada por janelas partidas ou queda de objetos devido a ventos fortes.
Na ilha de Amami, no sul, por onde já passou o tufão, uma pessoa ficou ferida após ser levada por uma rajada de vento enquanto andava de moto, informou a Agência de Gestão de Incêndios e Desastres japonesa.
O Shanshan atingiu a costa por volta das 08:00 (meia-noite em Lisboa) perto de Satsumasendai, no sul de Kyushu, a segunda maior ilha do país, onde vivem 12,5 milhões de pessoas.
A Agência Meteorológica do Japão (JMA, na sigla em inglês) previu que podem cair até 60 centímetros de chuva em 24 horas em Kyushu e emitiu o nível de alerta mais elevado devido a ventos fortes e ondas altas.
O porta-voz do Governo, Yoshimasa Hayashi, sublinhou que eram “esperados ventos violentos, ondas altas e tempestades de uma magnitude nunca antes sentida por muitas pessoas”.
As autoridades aconselharam mais de 56 mil pessoas a procurar abrigo em centros comunitários e outras instalações públicas.
O tufão Shanshan estava a deslocar-se para norte a 15 quilómetros por hora com ventos sustentados de 144 quilómetros por hora e rajadas que podem atingir 200 quilómetros por hora, disse a JMA.
A aproximação da tempestade tropical levou a Toyota a suspender a produção nas 28 linhas de produção das 14 fábricas japonesas da gigante automóvel e das suas filiais pelo menos até ao final do dia de hoje.
A Japan Airlines cancelou mais de 300 voos, enquanto a concorrente ANA anunciou o cancelamento de mais de 250 voos até sexta-feira.
As linhas de alta velocidade Shinkansen e alguns serviços ferroviários locais foram suspensos.
Os serviços postais e de entrega foram suspensos em Kyushu e prevê-se que os supermercados e outras lojas também fechem.
A operadora de serviços públicos de Kyushu disse que 254.610 casas estavam sem energia na ilha.
De acordo com um estudo publicado em julho, os furacões na região estão a formar-se mais perto da costa do que no passado, intensificando-se mais rapidamente e permanecendo mais tempo sobre terra, em consequência das alterações climáticas.
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