Mortes: Viveu quase 101 anos e se manteve ativa até o fim

Com visão voltada para o futuro e dedicada a construir uma programação essencialmente jornalística, Zilda Russo Pedroso marcou a história do rádio em Campinas (SP).

Nascida em 11 de setembro de 1923, foi casada por 49 anos com Abel Pedroso, que nos anos 1950 inaugurou a Rádio Brasil de Campinas e a Rádio Publicidade e Cultura, que em novembro de 1991 migrou para a CBN.

Dona Zilda, como era chamada, trabalhou por três décadas na rádio CBN Campinas. Não tinha formação universitária, mas, após a morte do filho, Paulo Russo Pedroso, em 2007, passou a participar muito mais das decisões da rádio, durante a gestão da filha Sandra Pedroso. No cargo de CEO, atuava na administração e acompanhava o setor comercial.

"Ela amava a rádio. Sempre estava lá. Perguntava para mim como estavam as vendas, porque ficava sempre preocupada com as vendas", conta Daniela Pedroso, neta e responsável pelo departamento comercial da rádio.

"Sempre ouvia a rádio, e se tinha alguma coisa de que ela não gostava, ligava para reclamar. Assinava os cheques, e diversas pessoas tiveram a carteira de trabalho assinada por ela", acrescenta a neta.

Dona Zilda participou do dia a dia da empresa até dezembro de 2022, quando a rádio foi comprada pelo Grupo EP.

De família simples, batalhou ao lado do marido para ter uma vida digna e dar um bom futuro aos filhos Paulo e Sandra. "Eu sei que ela foi bem pobre. Ela e meu avô. Mas eles se fizeram. Foram trabalhando e lutando", conta a neta.

Dona Zilda era uma mulher antenada, consciente das transformações da sociedade. Acompanhava as mudanças no mundo e buscava se manter atualizada. Lembrava que o machismo era ainda maior durante a sua juventude, que as mulheres no geral tinham poucas oportunidades e no máximo podiam ser professoras.

Muito ativa, dona Zilda dirigiu até os 92 anos e gostava de dançar nos bailes. Morreu aos 100 anos, no dia 30 de julho de 2024. Deixou a filha, Sandra, seis netos e dez bisnetos.

"Ela era uma pessoa muito amável, querida. Se dava bem com todo mundo. Uma pessoa doce, generosa, não queria briga com ninguém. A vovó era uma pessoa especial, tanto que o papai do céu deixou ela viver tanto, mais um pouquinho e ia fazer 101 anos", diz a neta Daniela.

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