Na morte de Silvio, a TV se olha no espelho

Dado o estado insuperável de animosidade nas redes sociais, não surpreende que a notícia da morte de Silvio Santos tenha deflagrado um tiroteio verbal entre adoradores e críticos do fundador do SBT.

Tenho a impressão de que a cobertura excessivamente laudatória das emissoras de TV, desde a manhã do último sábado, ajudou a provocar o curto-circuito. Para além da admiração, do respeito e do corporativismo, algumas emissoras trataram Silvio com ares de divindade.

Numa atitude que diz muito sobre a conhecida falta de agilidade do SBT, a emissora entrou no assunto com uma hora de atraso em relação aos concorrentes. Quando, finalmente, suspendeu a exibição de desenhos animados, jogou para a torcida: "Nós interrompemos nossa programação só agora porque também estamos administrando a nossa dor, a dor da imensa família brasileira".

No fundo, ao canonizar Silvio, os concorrentes do SBT se viram refletidos no espelho. Celebrando o maior apresentador que a TV já teve, buscaram enaltecer a própria televisão aberta, que enfrenta momentos turbulentos.

Como se sabe, o modelo de televisão baseado em publicidade e audiência ainda é o dominante, mas sofre pressão de todos os lados e não vai se sustentar para sempre. As receitas estão em queda e as audiências médias seguem batendo recordes negativos.

No caso específico do SBT, cuja administração sempre foi muito centrada na visão de Silvio Santos e agora está submetida a uma de suas filhas, há muitas dúvidas. A mexida na programação proposta por Daniela Beyruti não funcionou como o esperado. Fala-se em negociações para a venda da Jequiti, empresa de cosméticos do grupo, e até mesmo, como registrou o Painel S.A., da própria TV.

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