A interferência da indústria da nicotina nas políticas públicas

O Brasil é um dos países com política de controle do tabagismo exemplar, pioneiro na adoção das advertências sanitárias, no começo dos anos 2000, e no banimento de aditivos que possam alterar os sabores dos cigarros para torná-los mais atraentes. Entre 2012 e 2016, o estabelecimento de preço mínimo de cigarros e uma política tributária foram responsáveis pela redução significativa do tabagismo no período.

E, como mais de 30 países, proibimos a venda de cigarros eletrônicos, com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária regulando o tema há 15 anos: proíbe o comércio, propaganda e importação e, desde maio deste ano, também a fabricação, transporte, distribuição e armazenamento.

Dezenas de ações judiciais impedem que a proibição dos aditivos de aromas e sabores seja implementada, permitindo que, entre 2012 e 2023, o número de registros de produtos desse tipo no mercado brasileiro triplicasse.

Cigarros com sabores seguem cumprindo seu papel fatal no Brasil: maquiar o gosto desagradável das primeiras tragadas, facilitar a experimentação pelos jovens e reforçar o efeito da nicotina, substância que causa dependência.

Com os cigarros eletrônicos, isso funciona quase da mesma forma, mas com um diferencial: o aerossol —que a indústria insiste em chamar de vapor— também é perfumado e passa despercebido por pessoas que desconhecem esses produtos. Eles têm um apelo enorme para os jovens e já há mais de 16 mil catalogados. Mesmo que menos de 1% dos brasileiros consumam esses produtos, 70% têm entre 15 e 24 anos de idade.

O que você está lendo é [A interferência da indústria da nicotina nas políticas públicas].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

Wonderful comments

    Login You can publish only after logging in...