Influenciadores de MG e PR são alvo de operação contra rifas ilegais nas redes sociais
Dois influenciadores, um de Minas Gerais e outro do Paraná, estão entre os alvos da operação da Polícia Civil paranaense da última terça (20) contra suspeitos de promoverem rifas e sorteios ilegais em redes sociais.
A ação cumpriu seis mandados de busca e apreensão simultaneamente em Rio Branco do Sul (PR), em Itapema e Balneário Camboriú, em Santa Catarina, e em Belo Horizonte.
A operação mirou rifas e sorteios promovidos pelos influenciadores. A prática é considerada ilegal, porque esses tipos de operações só podem ser realizadas sob autorização do Ministério da Fazenda. Entre os bens sorteados, estavam carros de luxo e dinheiro em espécie.
"Nesses sorteios, o comprador ganha um ‘número da sorte’ entre 01 a 9.999.999. Acontece que nos sorteios regulares, baseados na loteria federal, são utilizadas somente cinco dezenas, em composições que variam de 01 a 100.000. Há fortes indícios de que tais sorteios sejam fraudados para que os valores nunca saiam de dentro do grupo criminoso", afirmou o delegado Gabriel Fontana.
Na capital mineira, o influenciador Nélio D’Grazi, que acumula 1,3 milhão de seguidores em uma rede social, foi alvo de medidas de busca e apreensão. A Polícia Civil disse que seis veículos de luxo foram apreendidos, uma munição e um comprimido de ecstasy. Um celular "banhado a ouro" e avaliado em R$ 42 mil também foi apreendido.
Em vídeo publicado em suas redes sociais, D’Grazi afirmou que está colaborando com as investigações e negou que os sorteios tenham sido direcionados a pessoas conhecidas.
"Faço questão de entregar meus prêmios pessoalmente. Os ganhadores estão fixados [nas publicações da rede social], marcados e estão com a localização onde esses prêmios foram entregues. Está lá para quem quiser conferir, para facilitar mais uma vez o trabalho da polícia", afirmou o influenciador.
Ele ainda disse que as vendas da rifa para uma caminhonete avaliada em R$ 300 mil reais não foram encerradas e que o "sorteio" aconteceria na noite desta terça.
"A caminhonete foi bloqueada e também minhas contas estão bloqueadas, mas seja lá quem for o ganhador, os [R$] 300 mil faço questão de arrumar, eu dou meus pulos", disse D’Grazi, cujas publicações nas redes mostram manobras arriscadas com carros de luxo feitas em espaços públicos.
A Polícia Civil afirma que a operação desta semana levou ao bloqueio de R$ 25 milhões das contas dos investigados. O valor teria sido arrecadado pelos envolvidos no ano passado com a promoção de rifas e sorteios, disse o delegado.
O paranaense Matheus Sales, de Rio Branco do Sul também foi alvo da operação. Assim como no caso de D’Grazi, suas postagens ostentam uma vida de luxo. Ele possui 480 mil seguidores em uma rede social e também negou fraudes nas rifas e sorteios realizados.
"Quero deixar claro que todos os sorteios foram conduzidos de forma absolutamente honesta e transparente. Reafirmo, categoricamente, que todos os prêmios foram entregues aos legítimos ganhadores, que não possuem qualquer vínculo pessoal ou profissional comigo", disse o influenciador, em nota.
Ele ainda afirmou que os "sorteios" em seu perfil estão suspensos "em decorrência das investigações em curso e em cumprimento às determinações judiciais".
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