Com falta de chuvas, governo tenta acionar térmica para garantir energia em horários de pico

O governo negocia com a Neoenergia a antecipação das operações da Termopernambuco, usina termelétrica movida a gás natural, para garantir o abastecimento de eletricidade em horários de pico de consumo.

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) diz que também busca definir preços para a contratação de outras térmicas que já estão conectadas ao sistema mas não têm contratos nem valores de venda de energia estabelecidos.

As medidas foram solicitadas pelo MME (Ministério de Minas e Energia) após recomendação do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), diante de preocupações com a falta de chuvas sobre algumas das maiores hidrelétricas brasileiras.

A possibilidade de uso mais constante de térmicas tem reflexos sobre a conta de luz. Em julho, por exemplo, a Aneel implantou taxa extra na conta de luz pela primeira vez após 26 meses se cobrança —em agosto, a taxa extra foi revogada.

O ONS diz que não há risco de desabastecimento de energia no país, mas reforça a necessidade de medidas para garantir o atendimento ao horário de pico do início da noite, quando usinas solares e eólicas perdem potência.

"Com as chuvas abaixo do esperado, há uma menor disponibilidade de recursos hidráulicos, especialmente na região Norte do país, cuja contribuição para o atendimento à ponta de carga é fundamental", disse o operador, em nota enviada à 💥️Folha nesta terça-feira (20).

A energia natural afluente nos rios da região está especialmente baixa em 2024. Entre junho e agosto, está em torno de 50% da média histórica, cerca de 20 pontos percentuais abaixo do verificado no mesmo período do ano anterior. Em 2022, chegou a ultrapassar a média.

"Dessa forma, para os períodos do dia de maior consumo de carga, que acontece à noite, especialmente, para os meses de outubro e novembro, o cenário exige a adoção de medidas operativas adicionais e de caráter preventivo", continua.

A Termopernambuco vendeu uma capacidade de 498 MW (megawatts) em leilão realizado em 2023 pelo governo para adquirir energia de reserva, uma espécie de seguro para garantir o abastecimento em momentos de baixa disponibilidade de energias renováveis.

Seu contrato começaria a valer em 2026, mas tanto o governo quanto a empresa têm interesse em antecipar a vigência. O ONS recomenda que a usina esteja disponível já em outubro.

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