Parque Ibirapuera, símbolo de São Paulo, chega aos 70 com dinheiro e problemas

O parque Ibirapuera, símbolo da cidade de São Paulo, chega nesta quarta-feira (21) aos 70 anos de cara nova e com velhos problemas. Concedido à iniciativa privada em 2023, o espaço recebeu uma injeção de dinheiro, mas sofre com a deterioração de parte de seus equipamentos.

Exemplo disso é a marquise José Ermírio de Moraes, projetada por Oscar Niemeyer. A obra, com 27 mil metros quadrados, sofreu com interdições desde o começo de 2023, devido a riscos impostos pela falta de manutenção. Pedaços de laje chegaram a despencar. Surgiram também trincas e sinais de infiltração.

Sua reforma teve início em fevereiro deste ano, após disputa entre prefeitura e Urbia —concessionária responsável pelo Ibirapuera– sobre quem arcaria com os custos. No fim, que vai pagar pela obra será o poder público.

Desde a privatização, diz a Urbia, foram investidos mais de R$ 200 milhões no parque, sendo R$ 166 milhões em obras e R$ 49 milhões, em manutenção. Até o final de 2025, a empresa prevê investir ainda R$ 50 milhões em benfeitorias.

Banheiros foram reformados, e o entorno do lago, revitalizado. As melhorias mais evidentes ocorreram no patrimônio arquitetônico: o auditório teve o paisagismo revigorado e as calçadas refeitas e ganhou nova pintura interna e externa.

Depois, o planetário teve a cúpula externa requalificada. O pavilhão Lucas Nogueira Garcez, a Oca, também teve sua parte externa mexida, com reparos em infiltrações e nova pintura. Ainda há ainda, porém, marcas visíveis da degradação do local, principalmente na área interna, como sujeira e partes enferrujadas.

Consumidos pela ferrugem também continuam alguns brinquedos infantis do parque, como mostrou a 💥️Folha no início deste ano. A concessionária diz ter investido no playground.

Após a privatização, alguns serviços subiram de preço, como o valor do estacionamento.

Parar o carro nas adjacências do Ibirapuera custava cerca de R$ 3 (Zona Azul) em meados de 2023. Hoje, custa R$ 18 durante a semana e R$ 23 aos sábados e domingos.

"É a elitização do espaço público, um absurdo", diz Frederico Grass, 56. Morador da Vila Mariana, distrito do parque, o arquiteto diz que corre no espaço todas as manhãs há 20 anos e que acompanha as transformações recentes com preocupação.

"Investimento é bom, claro, mas investimento para o povo, não visando só lucrar. O conceito de espaço público está descaracterizado. A história do parque também."

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