Paes poupa Bolsonaro e estadualiza campanha em embate com Castro

Fugindo da nacionalização da campanha no Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes (PSD), candidato à reeleição, tem apostado na "estadualização" da disputa. O objetivo é vincular o deputado Alexandre Ramagem (PL) ao governador Cláudio Castro (PL), mal avaliado por eleitores da cidade.

A estratégia também visa tirar do foco e evitar eventual proveito eleitoral do apoio de Jair Bolsonaro (PL) a Ramagem. O ex-presidente, que venceu na cidade nas eleições presidenciais, tem sido poupado de críticas mais ácidas do prefeito.

Neste fim de semana, Paes tornou público novo embate com Castro ao reagir a uma notícia que expunha a ação do rival para desidratar sua coligação. O governador pediu para que Podemos e Solidariedade, que integram o governo, deixem a aliança com o prefeito sob pena de exoneração de seus indicados.

"É isso mesmo: Cláudio Castro é Ramagem, o [Wilson] Witzel das eleições de 2024! Aliás, os responsáveis pela segurança pública no Rio!", escreveu o prefeito no X (ex-Twitter).

O governador respondeu em seguida: "A máscara está caindo! Eduardo Paes é o maior estelionatário dessas eleições! Seu pensamento está só no Governo do Estado. O povo será o próximo a ser traído."

"Aliás, por falar em segurança, a imprensa poderia perguntar ao [Sérgio] Cabral quem sabotou as UPPs. Você nunca fez nada pra ajudar na segurança pública, e agora que está sendo cobrado pela população está 'nervosinho'?", completou o governador.

A reação de Castro foi decidida após o prefeito comparar publicamente o resultado do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) na rede municipal, que subiu, com o estadual, que caiu. Paes compartilhou uma reportagem sobre os índices, divulgados na semana passada.

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"Ele [o vídeo] mostra bem a diferença entre nosso time aqui na prefeitura e a turma que comanda o estado e que agora quer vir reproduzir a falta de seriedade deles na cidade. A gente sabe bem quem são os candidatos a prefeito esse ano que representam esse projeto. E infelizmente esse contraste não é só na educação não. Mas eu deixo o resto para ir explicando ao longo da eleição. Aliás, eles adoram cobrar de mim o que não fazem no Governo do Estado que comandam há seis anos. Vão ouvir umas boas verdades ao longo dos próximos 45 dias!"

O objetivo de Paes é associar Ramagem à gestão Castro, reprovada por 46% dos eleitores cariocas e aprovada por apenas 14%, segundo pesquisa do Datafolha divulgada no mês passado.

O Palácio Guanabara já organiza uma reação em cadeia. A expectativa é que o deputado Allan Lopes (PL-RJ), presidente da Comissão de Educação da Assembleia, convoque o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha (PSD), para questionar os dados divulgados pelo governo federal.

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