Silvio Santos forjou uma imagem de família mais latina do que a da Globo

Como maestro do SBT, Silvio Santos, morto aos 93 anos neste sábado (17), conseguiu um epíteto que pode parecer grandioso —fez a televisão da família brasileira. Algo difícil num Brasil de tantos Brasis. Mas sua figura, seu carisma e tino para os negócios orquestraram o visual e a linguagem de uma emissora que traduziu os brasileiros por seus afetos e sonhos, refletidos em caóticos programas de auditório, atrações e novelas infantis, sorteios, doações, jogos angustiantes e no humor —intencional ou involuntário.

A emissora atendeu a um público que, entre suas várias acepções, se confunde com aquele modelo do século passado —aquele que hoje chamam "família de bem", com suas indiscretas penetrações no poder—, mas também com aqueles que nada tem com isso: trabalhadores, gente simples e caseira que se satisfaz com os grandes sucessos de hoje e de outrora em seu tempo livre.

Talvez uma família mais latino-americana do que aquela da utopia carioca forjada pela Globo, e que Silvio Santos não tinha interesse em replicar ou representar. Uma família —mais ligada às terras paulistas, em geral— que não rejeita o "kitsch". Ou melhor, que vê o "kitsch" como um exagero natural.

Do Roda a Roda à Tele Sena, passando pelo Pião da Casa Própria, "Chaves" e "Carrossel", Ratinho e Casos de Família, Silvio ergueu uma Torre de Babel de realidades sociais, não raro dramatizadas ou importadas, mas reais para o brasileiro em diferentes medidas.

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