Um avanço tímido no Ideb

Pela décima vez temos os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Desde 2005, a cada dois anos ímpares, o Ministério da Educação e o Inep calculam o índice que sintetiza a qualidade da educação básica. O índice analisa as médias de desempenho em português e matemática e as taxas de aprovação das redes de ensino.

Os dados do Ideb são importantes para levantar evidências sobre a recuperação das redes em relação ao período pandêmico. Esta edição fecha o ciclo de metas que haviam sido estabelecidas. A partir de agora será preciso revisar o sistema de avaliação.

Na média, os resultados não surpreenderam. A etapa de anos iniciais do ensino fundamental consistentemente apresenta melhor desempenho. Com um Ideb de 6,0, em uma escala que vai até 10, foi a única etapa que alcançou a meta estabelecida. Nem os anos finais do ensino fundamental nem o ensino médio alcançaram suas respectivas metas, tendo ficado com 5,0 e 4,3, respectivamente.

Mesmo com o tímido alcance da meta para os anos iniciais do ensino fundamental, este resultado só foi atingido por conta da rede privada de ensino. Considerando só a rede pública, o Ideb dos anos iniciais é de 5,7. Nas demais etapas ocorre o mesmo: a nota média da rede pública é consistentemente inferior.
Os resultados médios também deixam a desejar em termos de recomposição de aprendizagens pós-pandemia. De forma geral, o desempenho das redes públicas em 2023 não retornou ao que se observava antes da pandemia.

Mas a média não conta toda a história. Há quase duas décadas, sempre há resultados de destaques de algumas redes. Neste ano, o avanço do estado do Pará no índice merece destaque; houve melhora significativa no ensino médio nesta avaliação. Alagoas é outro exemplo de rede que teve um bom avanço no ensino fundamental. Por outro lado, estados mais populosos, como São Paulo e Minas Gerais, não apresentaram avanço no Ideb nos últimos anos e acabam pesando na estagnação do índice médio do país.

Com esses resultados, encerramos o primeiro ciclo do Ideb. As dez edições do Ideb foram cruciais para guiar a educação brasileira, permitindo que as redes tivessem metas a serem buscadas e apoiando decisões de modelos de gestão, projetos pedagógicos e universalização do acesso à escolarização.

Para 2025, precisamos de novos parâmetros de qualidade da educação, que elucidem os desafios educacionais das próximas décadas. Parâmetros que incorporem e gerem incentivos para reduzir as diversas formas de desigualdade educacional, ainda escondidas por trás das médias do Ideb.

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