Quase meio bilhão de crianças vivem o dobro de dias de calor extremo que avós enfrentaram, diz Unicef

Quase meio bilhão de crianças, o equivalente a 1 em cada 5 no mundo, vivem hoje em áreas com pelo menos o dobro de dias extremamente quentes —acima de 35°C— do que há 60 anos.

O resultado, que mostra o ritmo intenso das mudanças climáticas no planeta, integra uma nova análise do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).

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Os pesquisadores compararam as médias de temperaturas do período entre 2023 e 2024 com o que era registrado nos anos 1960 —época da infância dos avós dessas crianças, a grosso modo—, evidenciando um salto nos termômetros em vários pontos do globo

Há países na África e no Oriente Médio —como Mali, Níger, Senegal, Sudão do Sul e Emirados Árabes Unidos— onde os pequenos agora passam metade do ano ou mais com as temperaturas acima dos 35°C.

Em 16 países, as crianças enfrentam agora um mês adicional de dias de calor extremo em comparação com o que ocorria há seis décadas. É o caso, por exemplo, do Paraguai, onde esses registros passaram de 36 dias em 1960 para uma média de 71 dias atualmente.

"As crianças não são pequenos adultos. Seus corpos são muito mais vulneráveis ao calor extremo. Corpos jovens aquecem mais rápido e esfriam mais devagar. O calor extremo é especialmente arriscado para bebês devido à sua frequência cardíaca mais rápida, por isso, o aumento das temperaturas é ainda mais alarmante para as crianças", disse Catherine Russell, diretora executiva do Unicef.

"Os dias de verão mais quentes agora parecem normais", completou.

O estudo indica que os jovens na região da África Ocidental e Central enfrentam a maior exposição aos períodos de calor extremo. Várias partes do globo, contudo, também registraram incrementos nesse sentido.

Na América Latina e no Caribe, há quase 48 milhões de crianças vivendo em locais com o dobro de dias acima de 35°C do que em 1960. No Brasil, de acordo com o trabalho, há hoje cerca de 17 milhões de crianças que vivem em áreas em que a frequência de calor dobrou nesse mesmo período.

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A intensidade e a frequência das ondas de calor, aliás, segue aumentando em quase todo o mundo. Em cem países, mais da metade das crianças vivenciam hoje o dobro de ondas de calor do que há 60 anos. Os Estados Unidos, por exemplo, integram esse grupo, com 36 milhões de crianças nessa situação.

Além de ser obviamente desagradável e prejudicial ao bem-estar, o calor extremo causa consequências graves à saúde. Ao ser exposto a altas temperaturas, o corpo humano pode entrar em estresse térmico, tendo dificuldades para funcionar de forma adequada.

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