Bolsonaro pede ao STF que o iguale a Lula no caso as joias

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Imagem: Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A defesa de Bolsonaro protocolou nesta segunda-feira novo pedido de arquivamento do inquérito sobre as joias. A novidade chega apenas quatro dias depois de o Tribunal de Contas da União ter autorizado Lula a ficar com um relógio de R$ 60 mil recebido de presente em 2005 da grife francesa Cartier. Bolsonaro, suprema ironia, deseja ser equiparado ao seu arquirrival.

Os advogados do capitão alegam que há "similitude fática" entre os dois casos. Sustentam que a decisão do TCU conduz ao reconhecimento da "licitude administrativa dos atos praticados" por Bolsonaro, acusado pela Polícia Federal de se apropriar de joias presenteadas por Arábia Saudita e Bahrein. Coisa de R$ 6,8 milhões.

No sábado, de passagem por Pernambuco, Bolsonaro disse a uma plateia de devotos que os presentes caros lhe pertencem. Propalou que vai pegar as joias, leiloá-las e doar os recursos à Santa Casa de Juiz de Fora, que o atendeu em 2018, quando sofreu uma facada.

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Bolsonaro dá de ombros para o indiciamento da Polícia Federal, que atribuiu a ele, em julho, a prática de três crimes: peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Antecipa-se à Procuradoria-Geral da República, a quem cabe denunciar ou arquivar o caso. Ignora que decisões do TCU, órgão auxiliar do Congresso, não balizam julgamentos do Supremo.

De resto, Bolsonaro desdiz a si mesmo. Afirmava desconhecer a existência de presentes caros. Num segundo momento, declarou que não sabia que parte das peças entrara ilegalmente no país.

Na sequência, tentou reaver joias retidas na alfândega de Guarulhos para "evitar que fossem leiloadas". Alegou que seria um "vexame diplomático". Agora, depois de tentar comercializar parte dos presentes, Bolsonaro se considera dono das joias que um dia disse ignorar.

Nesse tipo de enredo, uma inverdade apanhada na hora vira mentira deslavada. Se perdurar por mais de um ano, será apenas um lapso da imaginação de quem a pronunciou. Se nesse meio tempo o TCU livrar o antecessor de devolver um relógio recebido de presente há 19 anos, aí mesmo é que o mentiroso se sentirá à vontade para confundir amnésia com consciência limpa.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do.

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