UE quer "rede em todo o mundo" de segurança, começando por Noruega e Moldova 24
O Parlamento Europeu (PE) acolheu durante dois dias o Fórum Schuman, que, de acordo com o Alto-Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, juntou mais de 500 governantes de vários países, incluindo o ministro português da Defesa Nacional, Nuno Melo.
“Queremos criar uma rede em todo o mundo para assegurar que conseguimos contribuir para a segurança e paz em todo o mundo”, disse Josep Borrell.
O chefe da diplomacia europeia anunciou a assinatura de dois protocolos, com a Noruega, país que faz fronteira com a Rússia e que também pertence à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em ingês), e a Moldova, que é candidato à adesão à UE e está numa situação particularmente sensível.
A Moldova faz fronteira com a Ucrânia, que há mais de dois anos está a tentar fazer frente a uma invasão da Rússia.
Em simultâneo, o país está a tentar reformar o país para se enquadrar nos padrões europeus, mas tem um problema interno com a Transnístria, região separatista apoiada por Moscovo.
“E há mais [acordos com países] na calha”, anunciou Borrell, sem revelar quais os próximos países e os detalhes dos protocolos assinados com Oslo e Chisinau.
Durante dois dias — o primeiro coincidindo com uma reunião ministerial de Defesa da UE — os governantes debateram os principais desafios geoestratégicos, particularmente os três principais polos de insegurança: a Ucrânia, o Médio Oriente e África.
A invasão que a Rússia iniciou em 24 de fevereiro de 2022, que é hoje uma guerra de atrito, não tem fim à vista, com a Ucrânia a pedir cada vez mais armamento e a possibilidade de o usar para atingir o território russo e tentar coartar o avanço das tropas de Moscovo, que ganham terreno em Kharkiv, uma região que já tinham ocupado e que foi libertada em setembro de 2022.
No Médio Oriente, as tensões entre Israel e os países árabes aumentam ao ritmo da incursão militar no território palestiniano da Faixa de Gaza, apesar dos apelos da comunidade internacional para que o Governo de Benjamin Netanyahu decrete o fim da invasão ao enclave.
Vários países africanos, como o Chade, o Sudão e o Níger estão a atravessar um período de instabilidade geopolítica, com lutas pelo poder feitas na base de confrontos entre forças governamentais e milícias armadas.
O Fórum Schuman de 2024 fez parte da “Bússola Estratégica” da UE para reenquadrar o bloco comunitário ao novo paradigma de segurança e ao contexto geopolítico atual.
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