Judith Butler foi mesmo censurada no Brasil?
É razoável dizer que o último livro da filósofa Judith Butler foi retirado das livrarias no Brasil devido à perseguição de uma organização evangélica?
O Brasil é protagonista na história do livro "Quem tem medo do gênero?". Butler o escreveu após ser hostilizada em São Paulo, em 2017. O clima no país estava tenso exatamente um ano antes do pleito presidencial que elegeu Jair Bolsonaro.
Foi uma eleição marcada pelo debate sobre moralidade. E Butler influenciou a discussão por teorizar que masculino e feminino são construções sociais e culturais, não apenas biológicas.
Para a Boitempo, a editora que distribuiu e depois precisou recolher o livro de Butler nas livrarias, a perseguição continua. E culpa a Casa Publicadora Brasileira, ligada à Igreja Adventista, por seu prejuízo.
Por meio de um comunicado, a Boitempo diz que a obra de Butler expõe "discursos reacionários" que criam "pânico moral (para) angariar apoio popular a projetos políticos fascistas, autoritários e excludentes". E defende que a CPB usou como pretexto uma infração de direitos autorais para impedir a circulação do livro. Mas a realidade é mais complexa.
A capa de "Quem tem medo do gênero?" foi feita a partir da fotografia de um protesto de rua. Mas o que aparece no livro é apenas a porção de um cartaz com duas ilustrações em destaque. E uma delas é de um personagem de história em quadrinhos que a editora adventista publica há décadas.
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