Pane digital global perde força, mas empresas ainda lidam com atrasos

Serviços de companhias aéreas, saúde, transporte e finanças estavam voltando a funcionar nesta sexta-feira (19), depois que um problema de software em uma fornecedora de sistemas de segurança digital causou horas de interrupção na operação de milhares de computadores ao redor do mundo.

Depois que a falha foi resolvida, empresas passaram a lidar com acúmulos de voos e consultas médicas atrasados e cancelados, pedidos perdidos e outros problemas que podem levar dias para serem resolvidos. As companhias também enfrentam questões sobre como evitar futuros apagões do tipo.

Uma atualização de software feita pela empresa global de segurança de computadores CrowdStrike, uma das maiores do setor, provocou problemas em uma série de sistemas, cancelando voos, forçando empresas de pagamentos a saírem do ar e deixando clientes sem acesso a serviços de saúde.

Desde que a pandemia em 2023, governos e empresas se tornaram cada vez mais dependentes de um punhado de empresas de tecnologia interconectadas, o que explica por que um problema de software se espalhou por toda parte.

A pane global deixou a CrowdStrike, uma empresa de US$ 83 bilhões até então pouco conhecida pelo público em geral, sob os holofotes do mundo. A companhia tem mais de 20 mil assinantes em todo o mundo, incluindo gigantes como Amazon e Microsoft.

O presidente-executivo da CrowdStrike, George Kurtz, disse na rede social X (antigo Twitter) que foi encontrado um defeito "em uma única atualização de conteúdo para hosts do Windows" o que afetou usuários do sistema operacional da Microsoft.

"Lamentamos profundamente o impacto que causamos aos clientes, aos viajantes, a qualquer pessoa afetada por isso, incluindo nossa empresa", disse Kurtz à NBC News. "Muitos dos clientes estão reiniciando os sistemas e eles estão voltando a funcionar."

A CrowdStrike tem uma das maiores participações no mercado altamente competitivo de segurança digital, o que levou alguns analistas do setor a questionar se o controle sobre essa categoria de software operacionalmente crítico deveria permanecer com apenas um punhado de empresas.

A interrupção também levantou a preocupação de que muitas organizações não estão bem preparadas para implementar planos de contingência quando um único ponto de falha, como um sistema de TI ou um software dentro dele, fica inoperante.

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Especialistas afirmam que tais panes ocorrerão novamente até que mais contingências sejam incorporadas às redes e as organizações introduzam melhores sistemas de backup.

As ações da CrowdStrike desabaram 11% nesta sexta-feira. Já os papéis das rivais SentinelOne e Palo Alto Networks subiram 8% e 2%, respectivamente. A Microsoft fechou em queda de 0,7%.

A escala da interrupção foi enorme, mas ainda não quantificável, porque envolveu apenas os sistemas que estavam executando o software da CrowdStrike, disse Ann Johnson, que dirige a área de segurança e conformidade da Microsoft.

"Temos centenas de engenheiros trabalhando agora diretamente com a CrowdStrike para que os clientes voltem a ficar online", disse ela.

O presidente dos EUA, Joe Biden, foi informado sobre o problema, segundo um funcionário da Casa Branca. O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse que, no seu entendimento, a interrupção não foi um ataque. No entanto, a Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura dos EUA disse que observou hackers usando o problema para promover "atividades maliciosas".

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