Governo dos EUA produziu ao menos 819 documentos ao monitorar Lula por décadas

Diferentes órgãos do Governo dos Estados Unidos monitoraram o presidente Lula (PT) com a produção de ao menos 819 documentos, que somam 3.300 páginas de registros.

As informações foram fornecidas pelo governo americano ao jornalista e escritor Fernando Morais, biógrafo do presidente. Os dados se referem ao período de 1966 a 2023, ano em que os pedidos foram protocolados.

A maior parte foi produzida pela CIA, a agência de inteligência dos americanos. O órgão mantém 613 documentos sobre Lula, em um total de 2.000 páginas.

Os registros dão conta da relação de Lula com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), com autoridades do Oriente Médio e da China, além de planos militares brasileiros e a produção da Petrobras. Os requerimentos do escritor compreendem cinco décadas, desde a época da ditadura militar, quando o petista ascendeu no movimento sindical, até pouco após sua prisão, ocorrida em 2018.

O escritor ainda não teve acesso à íntegra dos documentos. Não há nesse acervo informações que teriam sido colhidas no atual mandato do presidente, iniciado em 2023.

Morais contou com a ajuda do escritório de advocacia Pogust Goodhead para requerer as informações a todas as agências dos EUA, por meio da Lei de Acesso à Informação americana (Freedom of Information Act). Os primeiros dados chegaram agora, por meio do Departamento de Defesa.

"O presidente ainda estava preso quando consegui procurações para recolher em nome dele todos os registros existentes nas agências. Tem agência que, obviamente, não tinha nada, tipo a que cuida de entrada ilegal de alimento. Mas pedi de todas", disse Morais.

O jornalista e escritor lançou em 2023 o primeiro volume da biografia de Lula. Trabalha agora no segundo volume da obra.

Morais e seus advogados solicitaram relatórios, levantamentos, emails, cartas, minutas de reuniões, registros telefônicos e demais documentos produzidos pelos órgãos de inteligência americanos.

"É preciso jogar luz na relação entre os dois maiores países do continente americano. Esse é um direito do nosso cliente Fernando Morais e de todos os brasileiros. Estamos confiantes de que as autoridades norte-americanas atenderão nosso pedido", disse Tom Goodhead, sócio-administrador global do Pogust Goodhead.

A filial norte-americana auxilia Morais com os pedidos de informações. O escritório, que atua ✅pro bono para o jornalista no caso, é o mesmo que representa os atingidos pelo rompimento da barragem em Mariana na Inglaterra e na Holanda.

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