Boulos deturpa caso Janones e desvia sobre Lula e Fiesp em sabatina

Sabatinado pela 💥️Folha e pelo durante uma hora nesta sexta (12), o pré-candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) minimizou condenação por campanha antecipada do presidente Lula (PT) e voltou a usar premissas falsas para justificar o arquivamento das suspeitas de "rachadinha" contra o colega André Janones (Avante-MG).

O deputado federal também tentou ligar Janones, que fez campanha intensa para seu padrinho petista em 2022, ao adversário e atual prefeito Ricardo Nunes (MDB). O parlamentar escorregou ainda ao dizer que sua atividade legislativa não se reduziu neste ano de pré-campanha, enquanto suas propostas na Câmara, por exemplo, diminuíram significativamente.

Boulos tem 23% das intenções de voto na capital paulista e está empatado tecnicamente com Nunes, que tem 24%, segundo pesquisa Datafolha feita na semana passada. O apresentador José Luiz Datena (PSDB) marca 11%, e o ex-coach Pablo Marçal (PRTB), 10%.

Veja algumas das declarações do pré-candidato durante a entrevista:

'Independente de quem faça, rachadinha é crime'

"Acredito que, independente de quem faça, 'rachadinha' é crime. Se for o Flávio Bolsonaro, é crime. Se for o Janones, é crime. Quem quer que seja, 'rachadinha' para mim é crime. Agora, o que eu não posso é usar dois pesos e duas medidas", respondeu ele sobre críticas de que teria "passado pano" para o deputado.

Boulos era relator do caso no Conselho de Ética da Câmara e foi autor do parecer que arquivou o caso em maio. Seu principal argumento é que Janones ainda não tinha tomado posse quando foi gravado pedindo para auxiliares a devolução de parte do salário que eles receberiam na Câmara, ao contrário do que a gravação indica.

"Tem uma jurisprudência [no conselho] que diz o seguinte: o que ocorre antes da atual legislatura, do atual mandato com o parlamentar, não pode ser julgado. O que pode ser julgado é o que ocorre neste mandato, ou um fato novo relevante neste mandato. Foi por isso que se absolveu", ele voltou a defender nesta sexta.

No entanto, as bases desse argumento, que ele usou na época do parecer, são uma decisão deturpada do STF (que ele insinua dizer o que não diz) e declarações do próprio Janones de que a reunião ocorreu antes de ele ser deputado. Ignorando essas falhas, o Conselho de Ética aprovou o texto e arquivou o caso por 12 votos a favor e 5 contra.

'Sabe quem o partido do Janones apoia em São Paulo? O Ricardo Nunes'

O pré-candidato do PSOL ainda tentou colar a figura de Janones ao atual prefeito: "Sabe quem o partido do Janones apoia aqui em São Paulo? O Ricardo Nunes. O partido dele [Janones] é o Avante, está na coligação do meu adversário", afirmou na sabatina.

Janones, porém, integrou a linha de frente da campanha digital de Lula em 2022. "Foi apoiador do Lula, ok, assim como o partido dele estava com o Lula", reconheceu Boulos ao ser confrontado. "Mas eu não fui candidato a presidente, sou candidato a prefeito de São Paulo. O que eu estou querendo dizer é que não teria nenhuma razão estranha, escusa para salvar, para absolver Janones", completou.

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