Avibras pode ser primeira vítima da competição entre EUA e China

Conforme aumentam as tensões geopolíticas entre Estados Unidos e China, é cada vez maior a pressão de ambos os lados para que seus parceiros se posicionem e eventualmente escolham lados.

A diplomacia brasileira vem até aqui trabalhando de forma exímia para preservar laços com ambos os lados e manter os interesses do país, mas os ruídos acerca da possível participação chinesa na estrutura acionária da Avibras podem ser o mais claro indicativo de como isso se tornará difícil.

A Avibras é um braço fundamental para a indústria de defesa do Brasil. Fabrica foguetes, mísseis, sistemas de lançamento, blindados e equipamentos de telecomunicações. A despeito da importância, porém, passa há anos por uma crise severa, com dívidas na casa dos R$ 600 milhões, centenas de funcionários demitidos, greves e projetos de pesquisa cruciais paralisados por falta de verba.

O Ministério da Defesa e o BNDES tentam solucionar o problema buscando um parceiro internacional. Recebeu propostas dos Emirados Árabes, quase concluiu um acordo com a australiana Defendtex (que desistiu do negócio) e agora, para o desconforto americano, tem tratativas avançadas com o Grupo das Indústrias do Norte da China (ou Norinco, na sigla em inglês).

A Norinco não é qualquer empresa. Trata-se de um dos maiores negócios da China na área de defesa, com forte presença, por exemplo, no continente africano —onde tem escritórios na África do Sul, Angola, Nigéria e em vias de estabelecer operações no Mali, Senegal e Costa do Marfim. Também tem um histórico bastante controverso que inclui vendas de mísseis ao Irã e, mais recentemente, de rifles à Rússia.

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