Brasil pode enriquecer com energia renovável para IA

Existe um caminho para o Brasil participar diretamente na geração de riqueza que a inteligência artificial está provocando: a eletricidade. Especificamente, a energia renovável. O mundo assistiu estarrecido nos últimos meses à valorização das ações da Nvidia, empresa que fabrica os chips usados pelas empresas de IA. O valor da empresa aumentou US$ 2,7 trilhões em 18 meses, valor maior que o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2023.

A razão é que a inteligência artificial tem dois pilares: chips e eletricidade. IA sem chip não existe. E chip sem eletricidade é uma pedrinha inútil. Em 2023 a Nvidia despachou 100 mil unidades deles, que consomem 7,3 TWh. A expectativa é de crescimento exponencial desse número até 2026, com aumento de ao menos dez vezes na demanda por eletricidade só para abastecer os chips da Nvidia.

Essa tendência já está se concretizando. O Google acabou de publicar seu relatório anual de impacto climático. A empresa aumentou em 48% suas emissões de gases de efeito estufa nos últimos 5 anos; 13% só em 2023, totalizando 14,3 milhões de toneladas anuais. A causa é justamente o consumo de energia nos datacenters de inteligência artificial.

Números como esses são intoleráveis. Emporcalhar ainda mais a atmosfera para alimentar serviços de inteligência artificial revolta o senso comum. Especialmente porque, sozinhos, os datacenters irão consumir 4,5% da energia no planeta até 2030.

É nesse contexto que a demanda por energia renovável aumentará exponencialmente, tal como os chips da Nvidia. O Brasil é o país mais bem posicionado do mundo para atender a isso. Em 2023, 93,1% da energia produzida aqui originou-se de fontes renováveis (dados da CCEE, Câmara de Comercialização de Energia Elétrica). Temos 203 GW de potência instalada e 85 GW em projetos de geração futura, sendo 100% deles renováveis (dados da Aneel, Agência Nacional de Energia Elétrica).

Podemos atrair datacenters para o Brasil, fornecendo essa energia localmente (powershoring). Ou essa energia pode ser exportada, alimentando cargas em outros continentes. O caminho para isso é acelerar o Programa Nacional de Hidrogênio (PNH2), que usa a energia renovável para fabricar hidrogênio, que pode então ser exportado.

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