Mortes: Teve atuação exemplar na vida pública e na vida privada

Ricardo-César Pereira Lira seguiu a carreira do pai no direito e se tornou um dos mais respeitados especialistas em direito urbanístico do Brasil. No ambiente familiar, era considerado pai de todos os amigos dos filhos.

Lira nasceu no Rio de Janeiro em 29 de abril de 1933, filho de dois paraibanos que foram para lá na década de 1930, quando a cidade ainda era a capital do país.

Seu pai, José Pereira Lira, foi advogado, político, constituinte de 1934, e um dos fundadores da Faculdade de Direito do Distrito Federal, antecessora da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), tornando-se depois professor e diretor da Faculdade de Direito.

Lira cresceu nesse ambiente e decidiu seguir a mesma carreira do pai. Formou-se em direito em 1955 pela antiga Universidade do Estado da Guanabara, atual Uerj, onde concluiu o doutorado em 1972. Na instituição, chegou ao cargo de vice-diretor e foi um dos precursores do programa de pós-graduação.

Lira, de acordo com a OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil seção Rio de Janeiro), era defensor intransigente da função social da propriedade e dedicou sua carreira a matérias relativas à propriedade urbana e responsabilidade civil, além de ser autor de diversos livros sobre essa temática.

Presidiu o Instituto dos Advogados Brasileiros entre 1992 e 1994, foi diretor da Escola Superior de Advocacia da OAB-RJ e procurador do estado do Rio de Janeiro. Exerceu, ainda, a presidência científica da Associação Brasileira de Direito Civil.

Em 2015, foi o primeiro homenageado com a Medalha Antonio Evaristo de Moraes Filho, criada pela Ordem para premiar carreiras acadêmicas de destaque.

"Ele era um cara extremamente amoroso. Tinha, na vida privada, uma atuação tão ou mais exemplar do que a que ele tinha na vida pública. Era queridíssimo não só pelos filhos, mas por todos os amigos. A casa dele era uma festa permanente", conta o filho José-Ricardo Pereira Lira, também advogado.

Segundo ele, as festas em casa eram bastante conhecidas.

"No dia 24 ou 25, no Natal, todo mundo saía de suas ceias e ia para a casa dele, onde eu morava, e tinham festas homéricas. As festas iam até altas horas da madrugada. Costumo brincar que ele era um pai pop", declara.

Lira era um homem bem-humorado, que gostava de receber e de muita conversa.

"Os meus amigos e os do meu irmão viviam lá em casa. As pessoas me encontram e dizem que sentiam como se meu pai fosse pai deles também. E é isso, todo mundo é filho dele", diz.

Lira morreu aos 91 anos, no dia 18 de junho, no Rio de Janeiro, em decorrência de falência de múltiplos órgãos.

Deixou a esposa, Magally Pereira Lira; dois filhos, Jerônimo-José e José-Ricardo, além de três netos, João Miguel, Francisco e João Roxo.

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