Investimento em energias renováveis precisa ter preço aceitável, diz fabricante de latinhas; veja vídeo

A fabricante de latas de alumínio Ball Corporation, que no mês passado anunciou a conquista da meta de 100% de energia renovável em suas operações no Brasil, depois de Paraguai e Chile, ainda prevê dificuldades para seguir o exemplo no mercado argentino.

Além da matriz energética mais dependente de combustíveis fósseis, as oscilações da rede energética no país vizinho prejudicam o fluxo da produção das embalagens, segundo Fauze Villatoro, presidente da multinacional na América do Sul.

"Como a qualidade da energia elétrica da Argentina não é das melhores, tem oscilações na rede energética, o que faz até com que a gente, às vezes, necessite de geradores, para não interromper a produção quando falta energia", afirma.

Segundo ele, no contexto de baixa disponibilidade de energias renováveis, o preço supera a previsão aceitável de gastos. "Nós entendemos que, sim, temos de fazer investimentos nisso, mas desde que seja em uma faixa aceitável e que não gere custos muito maiores do que o previsto pela indústria."

Para o executivo, a circularidade do material, que tem altos índices de reciclagem, ajuda a impulsionar o movimento da transição energética ao reduzir o consumo ao longo da cadeia de produção.

"Quando a bobina em que nós fazemos a lata é proveniente de reutilização do alumínio, para refundir esse metal, essa latinha que já foi utilizada, para voltar a ser lata economiza 95% de energia elétrica, no caso do fabricante do metal", afirma.

A Ball anunciou recentemente que antecipou a meta de 100% de energia renovável nas operações no Brasil, depois de Paraguai e Chile. O que falta para alcançar em todas as operações?
Nós operamos em quatro países da América do Sul: Brasil, onde está a maior quantidade de fábrica que temos, Chile, Argentina e Paraguai. Falta [atingir a meta na] Argentina.

O país ainda tem uma dificuldade adicional, primeiro, pela qualidade da energia elétrica. Nossas fábricas dependem muito dos [equipamentos] transportadores da lata. Para transportar a lata em cada um dos passos de produção, a gente usa alguns tipos de transportadores por esteira e alguns por vácuo. Quando se está transportando a lata por vácuo e acontece uma interrupção de energia elétrica, aquele vácuo também desliga da tomada. Aí as latas daquela seção caem no chão. Ao caírem, não podem ser reaproveitadas. Então, elas são devolvidas para a cadeia de circularidade, ou seja, retornam, refundem e voltam como alumínio, mas prejudica a produção naquele dia.

Como a qualidade da energia elétrica da Argentina não é das melhores, tem oscilações na rede energética, o que faz até com que a gente, às vezes, necessite de geradores, para não interromper a produção quando falta energia.

Infelizmente, mais de 50% da energia disponível na Argentina ainda vem de combustíveis fósseis. Quando se compara com o Brasil, nós temos 94% da energia elétrica de fontes renováveis ou limpas. Então, na Argentina, a disponibilidade é baixa. A qualidade tem evoluído, mas ainda falta um bom pedaço. Quando se tem baixa disponibilidade de certificados ou de energias renováveis, o preço fica muito acima do previsto como gasto. Nós entendemos que, sim, temos de fazer investimentos nisso, mas desde que seja em uma faixa aceitável e que não gere custos muito maiores do que o previsto pela indústria.

Como foi o processo de transição da energia nas operações do Brasil? Quando começou e como era antes? A redução em si de energia elétrica já vem de mais de uma década na indústria de lata, principalmente liderada por nós. Se consideramos 10 ou 15 anos atrás, nós já começávamos a ter motores de alta eficiência, de alto rendimento. São motores elétricos que nós precisamos para fazer o transporte da lata de uma máquina para a outra, de um passo do processo para outro, mas que consomem muito menos energia porque o rendimento elétrico é muito maior.

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