Obras retratam sexo, gozo, suor e lutas íntimas e políticas em exposição

Avançando o piso térreo do Edifício Louvre, no centro de São Paulo, o visitante desatento pode achar que trombou com um sex shop, surpreendido pelas luzes neon vermelhas. Se parar para olhar com mais atenção, começará a discernir, no que descobrirá ser a vitrine da galeria Verve, objetos dos mais variados.

Na "Dark Room" que Randolpho Lamounier fez para ocupar o chamariz da galeria durante a mostra "Cuir Sou", armada até agosto, telas exibem combates em ringues reais e em jogos como "Street Fighter". Uma sequência de fotos feitas pelo artista em Belo Horizonte retrata homens de torso nu que se colidem em "mosh pits", rituais de agressão praticados pelo público de shows de punk.

Potes de "popper", droga utiliza para o relaxamento anal no sexo gay, e salgadinhos Cheetos se misturam pelo chão da vitrine. Outros itens aludem a energéticos, carros, foguetes, filmes de terror. Uma mão de neon verde se chacoalha, difícil saber se num soco ou num gesto de masturbação.

O nome do trabalho faz referência às salas escuras oferecidas em algumas baladas para que as pessoas possam se encontrar e transar com certa discrição, muitas vezes com outras que elas mal conseguem ou nem conseguem ver. Ao evocar o espaço libidinoso, no entanto, Lamonier quer falar de mais do que sexo.

"O meu interesse era tomar o espaço da dark room para falar de como a masculinidade e o desejo são ensinados através da cultura", afirma o artista. "Eu queria ir além do encontro sexual e chegar num ponto mais profundo, do que está por trás da nossa construção de identidade e de simbologias de desejo, tesão, fetiche".

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