Governo de MG vê falta de sensibilidade de gestão Lula em negociação por Mariana
O governo de Minas Gerais diz que a gestão Lula não se empenha nas negociações para a indenização do desastre de Mariana e dá mais atenção a uma briga com a Vale, responsável pela tragédia, ocorrida em 2015.
"Há uma falta de sensibilização do governo federal, que parece estar mais preocupado com a sua disputa com a Vale. Talvez isso aconteça porque não tem mais gente atualmente chorando na região afetada", diz o vice-governador de Minas, Professor Mateus (Novo).
O rompimento de uma barragem da empresa Samarco, joint-venture da Vale e da anglo-australiana BHP Billiton, deixou 19 mortos e provocou um desastre ambiental. A lama escorreu pelo rio Doce e chegou até sua foz, no Espírito Santo, afetando populações inteiras e o ecossistema da região.
Negociações para compensação, envolvendo a União e os dois estados afetados se arrastam há nove anos. O tempo já decorrido, diz Mateus, contribui para esfriar o senso de urgência para uma solução.
"Mariana é um desastre do Rio Grande do Sul com nove anos de idade. Por isso que eu digo para o Eduardo Leite [governador gaúcho]: consiga agora os recursos que você precisa, porque depois vão esquecer", afirma o vice mineiro, responsável pelas negociações em nome do governador Romeu Zema (Novo).
A divergência com o governo federal tem o volume de recursos como pano de fundo. No final de abril, a Vale apresentou proposta de R$ 90 bilhões em novos recursos (R$ 72 bilhões em dinheiro e R$ 18 bilhões em obras).
A oferta é maior do que a anterior, de R$ 42 bilhões, que havia sido rejeitada pelos entes federados. Já a União fala em uma cifra pouco maior do que R$ 100 bilhões.
"Estamos a 10% de um acordo, mas o governo federal parece que não quer mais negociar. Nessa briga deles com a Vale, a gente aqui se sente um pouco como o marisco que fica entre o rochedo e o mar", afirma Simões.
Ele também reclama de a União ter ajuizado uma ação na Justiça Federal no dia 7 de maio para que as mineradoras paguem R$ 80 bilhões como reparação pela tragédia.
"Estão trocando R$ 90 bilhões de um acordo para todos, para ser investido na calha do rio Doce, por R$ 80 bilhões apenas para a União, sem que haja esse compromisso", afirma.
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